Marta continuará sendo a nossa Rainha mesmo se ficar no banco na final
Colocar Marta em xeque é simplesmente revoltante pelo seu histórico e importância para o futebol feminino brasileiro e mundial. Ela foi escolhida por seis vezes a melhor jogadora do mundo vencendo a Bola de Ouro.
Ela estava bem nas Olimpíadas? Menos do que se esperava, mas sempre muito criativa e respeitada em campo por todas as adversárias.
Marta errou na sua expulsão? Sim. Foi um erro enorme que ela cometeu pela experiência que tem e não poderia ter entrado daquela forma.
A seleção se encontrou com a saída dela do time por suspensão? Sim. O meio campo ficou mais combativo e compacto e pudemos usar melhor a velocidade e agressividade da Gabi Portilho, que foi decisiva nas duas partidas mais difíceis.
Fez o gol na vitória contra a França, marcando novamente contra a Espanha, além de dar uma assistência para o gol da Adriana.
Aí chegará neste texto a seguinte pergunta: "Casão, você manteria o time sem a Marta, ou voltaria com ela como titular na final contra os Estados Unidos?".
Se eu fosse o Arthur Elias, iniciaria da mesma forma tática das duas últimas partidas que eliminamos França e Espanha jogando muita bola.
O time ficou muito forte na marcação, um meio campo com mais mobilidade e adquiriu um futebol muito mais coletivo do que estava no início das Olimpíadas.
É uma final olímpica e deixar a Marta no banco, já que o time ficou mais consistente sem ela, não é uma falta de respeito e nem diminuir a importância que ela tem e sempre terá para o futebol brasileiro feminino.
Ela continua sendo muito importante para esta final, mas entrando durante a partida, independentemente de como estará o resultado do jogo.
A Marta pode entrar na decisão em situações diferentes. Se o time estiver ganhando, a camisa 10 poderá entrar no final da partida para distribuir o jogo, deixar o toque de bola mais seguro e preocupar mais as americanas, que conhecem muito o tamanho de seu talento.
Se a equipe estiver perdendo, a entrada de Marta no jogo aumentará a criatividade, o time ficará mais agressivo e poderá se tornar mais perigoso em busca do gol de empate.
Agora, se o jogo ainda estiver empatado, Arthur Elias terá que pensar bem no que fazer, porque poderá ter que encarar uma prorrogação em busca do ouro.
De qualquer forma eu não mexeria na equipe, mas teria Marta como a primeira jogadora a entrar caso precise ter mais criatividade e deixar o time mais experiente.
Agora vou falar exclusivamente sobre a Rainha Marta, porque o Brasil evoluiu muito com o seu surgimento e não foi à toa que ela foi considerada a melhor por seis vezes. Isso é um feito espetacular se levarmos em conta que o futebol brasileiro feminino ainda não está entre os melhores do mundo e também não conquistou um mundial ou uma medalha de ouro.
Então Marta joga muito mais bola do que nós imaginamos, porque no futebol masculino, que é pentacampeão do mundo e já possui duas medalhas de ouro, no Rio de Janeiro (2016) e em Tóquio (2020), não há nenhum jogador com esta marca individual.
O maior vencedor entre os meninos é Ronaldo Fenômeno, com três Bolas de Ouro. Sem contar que o último a vencer foi Kaká em 2007.
Se Marta fosse americana ou europeia, seria ovacionada e homenageada o tempo todo, mas aqui tem aqueles que pedem para as pessoas e a imprensa "pegarem no pé dela".
Ela mereceu as críticas que recebeu pela expulsão, mas não a tentativa de desvalorizá-la ou de diminuir a sua importância para o Brasil e o mundo. Ela é a verdadeira camisa 10 da seleção feminina, assim também como foi Sissi, que se jogasse hoje teria ganho os mesmos prêmios que a Marta, porque também jogava demais.
É nojenta a tentativa de desclassificar e diminuir os feitos de Marta e também do futebol feminino nas Olimpíadas de Paris. Será a última Olimpíada de Marta e ela merece ser reverenciada, homenageada de todas as maneiras e por todos, mas em relação ao jogo final na disputa da medalha de ouro, Arthur Elias precisa pensar no que é melhor para a equipe.
Newsletter
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberClaro que não é tirá-la do time e pronto, mas sim conversar com ela, porque Marta ama o futebol e sempre se preocupou com o melhor para a seleção brasileira.
A Marta é uma jogadora de grupo e sua importância para o time não diminuiu, a sua presença é imprescindível, mas de uma maneira diferente para esta final.
Na minha visão, Arthur Elias não deveria mexer no time e nem no modo de jogar, já que eliminamos grandes seleções jogando muita bola e o certo seria repetir a equipe para a disputa do ouro.
Reverencio a Marta por tudo que ela já fez e ainda pode fazer pelo nosso futebol feminino, mas eu não a escalaria como titular para a final.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.