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Meninas do vôlei tiveram muita garra, mas americanas deram show

Que jogo incrível fizeram as meninas americanas e brasileiras na semifinal de vôlei feminino nas Olimpíadas de Paris.

Ponto a ponto, set a set, com muita garra, técnica e foco, um jogo digno de uma final olímpica, mas só uma foi para a disputa do ouro.

Vários ralis incríveis, com cortadas fortíssimas e espetaculares defesas dos dois lados. No segundo e quarto sets, Ana Cristina, Gabi e Rosamaria foram sensacionais, entrando na partida pouco a pouco, sendo determinantes nos sets que vencemos.

Mas do outro lado estavam também jogadoras de alto nível. As atuais campeãs olímpicas foram mais equilibradas emocionalmente. O Brasil fez um terceiro set impecável defensivamente e ofensivamente, mas foi para tie-break menos concentrado.

Claro que tem o mérito dos Estados Unidos, que na maioria das vezes conseguiram anular as nossas melhores atacantes em momentos determinantes.

Mas as meninas brasileiras foram fortes, já que tiveram que correr atrás o tempo todo e isso não é fácil em jogos deste nível.

Porém, não foram bem tecnicamente nos sets que perdemos e isso fez muita diferença, porque as americanas conseguiram dominar o Brasil taticamente em momentos cruciais do jogo.

Em um jogo desses não se pode desperdiçar tantos contra ataques como o Brasil fez hoje. Em alguns momentos, o excesso de ansiedade atrapalhou e muito na hora das escolhas da jogada.

O Brasil é um grande time, mas os Estados Unidos foram melhores nesse jogo em todos os sentidos, principalmente no tie-break, que era o momento mais emocional e elas conseguiram se manter equilibradas, seguras, erraram menos e aproveitaram perfeitamente as dúvidas das jogadoras brasileiras.

Grandes jogos, em todos os esportes, são assim mesmo. Uma partida perdida bate aquela fortíssima frustração, mas nas Olimpíadas os times nas semifinais têm ainda a possibilidade da medalha de bronze, que é importantíssima também.

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Quem vai para as Olimpíadas tem o sonho de ganhar uma medalha. Claro que todos querem a de ouro, mas o mais importante é estar no pódio e as brasileiras vão ter essa possibilidade. O trabalho psicológico será determinante nesse momento para a disputa do bronze.

Essa equipe brasileira é bem jovem, estamos num momento de reformulação e mudança de geração, e daqui quatro anos a experiência da equipe aumentará. Para Los Angeles 2028, essas meninas e mais aquelas que aparecerão até lá serão mais seguras e acostumadas com esses grandes confrontos.

Fomos muito bem representados até agora por esse time do Zé Roberto, e vencendo ou não o bronze, o nosso vôlei, tanto masculino como o feminino, são muito respeitados no mundo todo.

Fases de transição são assim mesmo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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