Leila Pereira ficará calada com o machismo de Abel à repórter mulher?
Esta semana escrevi um texto dizendo que as coletivas dos treinadores depois dos jogos estão uma chatice, pois não falam do jogo, apenas reclamam da arbitragem e do VAR.
No entanto, me esqueci de mencionar como estão sendo grosseiros e agressivos ao responder às perguntas dos jornalistas. Abel Ferreira, após a goleada por 5 a 0 sobre o Cuiabá, ultrapassou todos os limites de educação. Ele respondeu a uma pergunta da repórter Alinne Fanelli, da rádio BandNews FM, de maneira extremamente inadequada. A Alinne simplesmente pediu uma atualização sobre a contusão do Mayke, que deixou o campo ainda no primeiro tempo, muito abalado emocionalmente, a ponto de chorar no banco.
Então, Abel Ferreira abriu a sua "caixa de grosserias" e disparou contra a repórter de forma completamente sem sentido: "Mais uma lesão. Eu tenho que dar satisfações a três mulheres só: minha mãe, minha mulher e a presidente Leila. São as únicas que têm o direito de falar comigo e pedir explicações."
Abel Ferreira, a repórter fez o trabalho dela, que é perguntar na entrevista coletiva. Ela não pediu para você dar satisfações, só te fez uma pergunta como repórter. Você é um ótimo treinador e transformou o Palmeiras em um dos grandes times da América do Sul nos últimos anos, mas isso não lhe dá o direito de ser grosseiro com quem quer que seja. E você vem agindo dessa maneira já faz um bom tempo, tanto com repórteres homens quanto com mulheres.
Se você não quer mais ficar no Brasil ou já perdeu a paciência com a pressão do futebol brasileiro, peça para sair e siga o seu caminho, porque você não tem o direito de tratar ninguém dessa maneira. Quero saber se a presidente Leila Pereira vai se calar diante desse desrespeito contra uma mulher, já que seu discurso é de se posicionar em defesa da causa feminina, inclusive realizando uma coletiva só para repórteres e mulheres, o que achei genial naquele momento.
Seu treinador está sendo mal-educado e grosseiro com todo mundo, e a senhora está calada. Além de ter uma atitude como presidente do clube, deveria também se posicionar como mulher e adverti-lo por representar a Sociedade Esportiva Palmeiras como treinador do time de futebol masculino.
O Palmeiras, depois de duas eliminações em sequência e jogando sem casa, fez uma grande partida vencendo na única competição que sobrou. Se os presidentes dos clubes não enquadrarem seus treinadores para que eles sejam respeitosos nas coletivas, em pouco tempo não haverá mais volta, e o nosso cenário ficará cada vez pior.
Não sou contra respostas duras quando necessário, mas jamais com agressividade e falta de educação contra quem quer que seja. Esses caras estão de mau humor quando perdem, quando ganham, empatam, quando são desclassificados ou quando se classificam também. Toda pergunta incomoda, mesmo que seja sobre o jogo ou um jogador.
Será que Abel Ferreira se desculpará com a jornalista Alinne Fanelli? E a presidente Leila Pereira ficará calada mesmo? Comportamentos machistas não são bem vindos na sociedade mundial.
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