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Morte de Izquierdo é muito dolorosa e causa um desespero

Que tristeza saber da morte do zagueiro uruguaio Juan Izquierdo com apenas 27 anos. É duro demais para quem foi jogador de futebol ver um atleta cair em campo e não voltar mais para casa para reencontrar os pais, amigos, mas principalmente a mulher e os filhos, sendo que no caso havia um bebê recém-nascido.

É difícil de entender, de tentar explicar, de assimilar uma morte como essa dentro do campo de um jogador de uma grande equipe sul-americana, que passou por todos os exames que se possa imaginar para poder jogar futebol e, de repente, acontece isso.

Me lembro que a primeira vez que vi uma situação como essa foi no Campeonato Brasileiro de 1982, quando o lateral-direito do Sport do Recife Carlos Alberto Barbosa teve uma parada cardíaca em campo durante uma vitória por 4 a 0 contra o XV de Jaú e faleceu aos 28 anos. Foi assustador, porque nunca havia acontecido aquilo no Brasil e todos ficaram em choque.

Depois, aconteceram diversas fatalidades desse tipo, principalmente a partir dos anos 2000. Marc-Vivien Foé, da seleção de Camarões, depois de já ter jogado duas Copas do Mundo, sofreu um infarto fulminante aos 28 anos numa partida contra a Colômbia em 2003.

Logo no ano seguinte, o atacante húngaro Miklós Fehér, jogando pelo Benfica, passou mal durante um jogo contra o Vitória de Guimarães, caiu no chão e, no hospital, não resistiu a uma parada cardíaca. Aos 24 anos, Miklós Fehér faleceu e, em sua autópsia, foi diagnosticada miocardiopatia hipertrófica.

No mesmo ano de 2004, ocorreu a maior tragédia em nossos campos, exatamente no Morumbi, em um jogo entre São Paulo e São Caetano pelo Campeonato Brasileiro. O zagueiro Serginho caiu e também faleceu, deixando todos naquela noite em choque, porque quem não estava no Morumbi assistiu a todo aquele desespero, aquela agonia pela TV, sem poder fazer nada e sem saber o que pensar.

Por tudo isso que já vimos acontecer, a morte do Izquierdo é muito dolorosa e causa um desespero ao pensar na dor dos seus familiares por perder um ente querido tão jovem e fazendo o seu trabalho, que é jogar futebol. O contexto todo dessa história é inaceitável na cabeça de quem é próximo, porque como explicar isso para alguém?

Bate um vazio tão grande dentro da gente, principalmente para quem é atleta profissional, para quem ainda joga ou para quem foi jogador de futebol, porque a gente se coloca no lugar da família. Que o amor conforte a dor dessa família e que ilumine as pessoas ao redor. O São Paulo esteve presente o tempo todo, dando total assistência aos familiares que vieram para cá acompanhar a evolução do caso. Meus sentimentos aos familiares, amigos, ao Nacional e a todos que estão sofrendo com essa perda.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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