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Espero que o brilho nos olhos do Estêvão contagie a seleção brasileira

Me emocionei ao ver a primeira entrevista do Estevão como jogador da seleção brasileira na sua apresentação para os jogos das Eliminatórias.

Na sexta-feira (6) o Brasil enfrenta o Equador no Couto Pereira, em Curitiba, e na terça-feira (10) jogará em Assunção contra o Paraguai.

Dorival Júnior terá nas mãos um ataque bem jovem para escalar, mas a dúvida mais interessante é na direita, entre Estêvão e Luiz Henrique.

São dois jovens de muito talento que podem fazer parte da nossa seleção por muitos anos. São jogadores decisivos, craques que entusiasmam a gente quando pegam na bola.

Estêvão tem apenas 17 anos e, olhando a sua entrevista, ficou claro o tamanho da sua felicidade e do seu orgulho de estar ali. Para ele, parece estar num sonho de tão incrível que é a primeira convocação.

Estêvão e Luiz Henrique podem ajudar a recuperar a identificação com o torcedor brasileiro, que ama a seleção brasileira sem aquele ufanismo barato. Suas jogadas podem trazer a alegria de assistir novamente à seleção jogar e também podem contribuir para uma nova fase de um futebol mais artístico, mais leve, muito mais gostoso de se ver. É uma expectativa que criei dentro de mim depois de anos de um futebol fraco que não entusiasma ninguém.

Estêvão, Luiz Henrique, Endrick, Pedro, Rodrygo, Vinícius Júnior e mais alguns jovens que podem surgir até a Copa de 2026 poderão mudar esse cenário desanimador que estamos há anos vivendo. Claro que não se pode jogar a responsabilidade em cima deles, mas o futebol que jogam mostra que pode estar surgindo uma ótima geração de jogadores com capacidade de trazer de volta a nossa escola futebolística.

A nossa essência para jogar um futebol envolvente, instintivo, agressivo, habilidoso, técnico, mas o mais importante, juntar tudo isso em um forte coletivo. Foi dessa forma que ganhamos todos os títulos mundiais e que se perdeu pelo caminho.

Talvez isso não apareça de cara, por isso precisaremos ter um pouco de paciência com esses jovens para não lhes impor uma pressão que ainda não tenham bagagem para suportar.

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Passou da hora de um treinador quebrar de vez com a panelinha e tirar fora as cadeiras cativas. O Dorival Júnior iniciou esse processo, mas precisa ter coragem para manter essas mudanças. Não pode ceder às influências de empresários, patrocinadores e talvez até da própria CBF para convocar esse ou aquele jogador por interesses comerciais.

Para terminar, espero que o brilho nos olhos do garoto Estevão se espalhe por todos os jogadores até chegar aos torcedores brasileiros.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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