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Com show de Vic Albuquerque, Corinthians coloca as duas mãos na taça

Que delícia acordar cedo neste domingo (15), tomar um café da manhã e partir para o Morumbi para assistir ao primeiro jogo da final do Campeonato Brasileiro feminino entre São Paulo e Corinthians. Um ótimo público para um grande jogo de futebol.

Antes de falar do jogo, quero destacar algumas diferenças entre o futebol feminino e o masculino que tornam o jogo das mulheres mais agradável de se ver:

Nenhuma delas, quando sofre falta, fica no chão rolando como se tivesse sofrido uma falta criminosa, como os homens fazem o jogo todo.

Nenhuma delas coloca a mão no rosto como se tivesse tomado um tapa, um soco ou uma cotovelada, como eles fazem umas oito vezes por tempo.

A bola rola também porque as árbitras não ficam apitando qualquer dividida ou encontrão, deixando o futebol mais leve.

A diferença mais importante é que, durante toda a partida, não houve nenhuma interferência do VAR e, como todo gol é checado, não demorou nem um minuto para avaliar os gols que saíram.

Vamos ao jogo, que no início, até uns 20 minutos do primeiro tempo, foi equilibrado. Depois, as corintianas tomaram conta por terem mais entrosamento, por jogarem juntas há muito tempo e serem muito bem treinadas pelo Lucas Piccinato, que está dando continuidade ao trabalho do Arthur Elias. As são-paulinas tiveram chances de fazer gols no início do jogo, mas sempre havia a presença defensiva do Corinthians para evitar ou atrapalhar uma finalização mais precisa.

Por falar em defesa, a zagueira colombiana Dani Arias, do Corinthians, joga demais. É uma zagueira clássica, com ótimo posicionamento e técnica, que sai para o jogo com muita facilidade, sem contar que tem um senso de posicionamento incrível. Outras jogadoras de destaque foram Gabi Portilho, que é sempre a válvula de escape para um contra-ataque em velocidade, além de recompor-se muito bem, e Vic Albuquerque, que, além da raça, técnica e experiência, faz a diferença de uma forma ou de outra.

Tanto que o Corinthians fez seu primeiro gol aos 22 minutos, depois de um belo cruzamento misturado com assistência para a Millene, que só precisou escorar para fazer o seu gol. Depois disso, o domínio das corintianas foi total, com trocas de passes precisos e movimentações que conduziam a marcação das meninas do São Paulo. O Corinthians colocou o ritmo que queria no jogo e ditou toda a dinâmica da partida.

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No segundo tempo, o São Paulo tentou surpreender de alguma forma, mas encontrou as meninas corintianas muito focadas. Logo aos 5 minutos, em uma bela jogada coletiva, Vic Albuquerque fez a diferença novamente, só que dessa vez ela mesma marcou, e o Corinthians fez 2 a 0.

A partir daí, o bicho pegou, porque o Tricolor foi para cima e começou a se impor com muita agressividade ofensiva. O Corinthians ficou acuado e, nesse momento, começou a aparecer a excelente goleira Nicole, que tem uma técnica incrível. Não é uma goleira que rebate a bola o tempo todo; ela tem o tempo certo para sair do gol e sabe definir rápido se vai dar para segurar ou se vai precisar socar. E, obviamente, é muito ajudada pela Dani Arias, que não dá chutão e faz pouquíssimas faltas.

O Corinthians teve que trabalhar muito, pois o ímpeto do São Paulo estava criando muita dificuldade. O Corinthians sofreu muito para equilibrar o jogo novamente, só conseguindo quando começou a marcar pressão, dificultando a saída de bola das meninas do Tricolor. Voltou a controlar o jogo e, nesse momento, a "dona do jogo", Vic Albuquerque, bateu forte e com precisão de fora da área, matando a partida e, acredito eu, o campeonato também, fazendo 3 a 0.

Nos acréscimos, depois de uma falta de atenção da zagueira Mariza, o Tricolor diminuiu com Ariel Godoy, sem chance para a ótima goleira Nicole.

A superioridade técnica, de entrosamento, de elenco e de organização é muito grande, não só em relação ao São Paulo, mas em relação a todas as equipes femininas do campeonato. O Corinthians feminino é o melhor time da América do Sul e só encontra adversários de peso que conseguem fazer frente quando joga a Libertadores da América, torneio, inclusive, do qual são as últimas campeãs.

3 a 1 para o Corinthians foi um resultado justo, pois as meninas do Tricolor mereciam marcar pelas chances criadas. O Corinthians está com as duas mãos na taça e só as incríveis mágicas do futebol conseguirão impedir que isso aconteça.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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