Flamengo amassa o Bahia e vence com atuação genial de Gerson
Segunda partida do Flamengo com Filipe Luís como treinador e mais uma bela apresentação. A marcação pressão na saída de bola adversária é um dos grandes motivos para o Flamengo voltar a apresentar um futebol envolvente, dominante e agressivo.
O rubro-negro controlou totalmente o primeiro tempo, não só por causa da maior posse de bola, mas por trocar passes com rapidez e objetividade, buscando sempre empurrar o adversário para trás. Correu poucos riscos de sofrer gols, pois não deixou em nenhum momento os jogadores do Bahia dominarem a bola e terem tempo para pensar o jogo, já que sempre havia no mínimo um flamenguista colado e outro chegando na marcação.
Filipe liberou os laterais para apoiarem ao mesmo tempo, segurando os dois zagueiros e Pulgar para evitar contra-ataques. Dessa forma, seu time ataca com muitos jogadores. Gabriel Barbosa está, aos poucos, pegando ritmo e já encontrando espaços para se movimentar e dar condições aos criadores do time para achá-lo, como fez o Gerson, mas com uma importante defesa do goleiro Marcos, mandando a bola para escanteio.
Uma pergunta: será coincidência que, em dois jogos com o ex-lateral esquerdo Filipe Luís como treinador, houve dois gols dos laterais? Na quarta-feira (2), o Flamengo venceu o Corinthians por 1 x 0 com gol de Alex Sandro, e contra o Bahia, o primeiro gol foi do também lateral Ayrton Lucas. Não é coincidência. Filipe liberou seus laterais para atacarem ao mesmo tempo, tanto que a jogada do gol saiu pela direita, com uma batida do Bruno Henrique, e na sobra do goleiro, Ayrton estava ali como um ponta, só escorando para marcar.
Outra grande diferença é exatamente a liberdade que Filipe deu para o time jogar, se aproximarem para fazer tabelas, triangulações e criarem jogadas, tudo isso com muita agressividade, tanto na marcação quanto no ataque. Esse "novo" Flamengo se defende agredindo o adversário lá na frente, não esperando atrás, e com isso fez o Bahia de Rogério Ceni ter dificuldade para jogar e sair vaiado para o intervalo na Fonte Nova.
O exemplo da insatisfação da torcida foi que o primeiro chute do Bahia na direção do gol de Rossi só aconteceu aos 5 minutos do segundo tempo. Na volta, o Flamengo continuou controlando o jogo, principalmente com um domínio completo do meio-campo.
Sou fã de Gerson desde 2019 e sempre achei que ele deveria ter tido mais chances com o Tite na seleção, que praticamente o ignorava. Voltou agora para a seleção com Dorival Jr. e, na minha visão, deveria ser titular. Ele está em ótima fase e, junto com De La Cruz, é responsável pela dinâmica intensa que o Flamengo começou a colocar com Filipe Luís no comando.
O Bahia não conseguiu entrar na partida em momento algum, um pouco pela apatia que apresentou desde o início do jogo, mas muito pela dificuldade que o Flamengo criou. A torcida do tricolor baiano demonstrou muita insatisfação com o trabalho de Rogério Ceni, e isso ficou nítido durante todo o jogo.
Rogério, desde que virou treinador, não venceu uma só partida contra o rubro-negro carioca, e isso gera um grande desconforto para qualquer profissional. O ritmo do segundo tempo caiu um pouco, mas o Flamengo continuou criando chances de gol e desperdiçando, da mesma maneira que foi contra o Corinthians. Nesse ponto, Filipe precisa agir e treinar um pouco mais a precisão nas finalizações dos seus jogadores. O Flamengo domina, domina, mas não mata o jogo, e aí fica correndo riscos desnecessários, apesar do controle que apresenta durante a partida inteira.
Independentemente de desperdiçar muitas finalizações, o Flamengo fez uma grande partida, merecendo vencer sem discussão. No último minuto, depois de mais uma genial jogada do capitão Gerson, o Flamengo fez 2 x 0 num pênalti de Arias em Michael, com Alcaraz marcando.
Quero encerrar o texto com uma frase que meu amigo Paulo César Vasconcellos falou no final da partida: "O Gerson gastou a bola nesse jogo, foi o melhor jogador em campo disparado". Assim como eu, ele também acha que o Dorival Jr. deveria colocar o Gerson como titular.
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