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OpiniãoEsporte

Brasil goleia a seleção peruana, mas ainda não me convenceu

Esta vitória por 4 a 0 do Brasil sobre a fraquíssima seleção peruana é motivo para empolgação? Não.

É motivo para criar grandes expectativas? Também não.

Mas, na minha visão, essa partida abriu espaço para Dorival Jr. mexer na estrutura da "panelinha" amarela.

Começando pela lateral direita, o tempo de Danilo na seleção já passou, e Vanderson (Mônaco) mostrou que ele e outros laterais podem ser testados.

Vitinho (Botafogo), Willian (Cruzeiro) e Yan Couto (Borussia Dortmund) podem começar a fazer parte dessa reformulação a partir da próxima data Fifa.

No meio-campo, acredito que Gerson, atuando como segundo volante, dá mais dinâmica ao jogo. Ele é mais técnico e mais inteligente futebolisticamente do que Paquetá.

Na ponta direita, talvez seja a posição com maior talento disponível, dada a disputa por duas vagas.

Por ali, temos Savinho (Manchester City), Luiz Henrique (Botafogo) e ainda o garoto Estevão (Palmeiras). Claro que, para uma Copa do Mundo com 23 jogadores, é possível que os três estejam na lista.

Depois dessa data Fifa, acho que Luiz Henrique deveria começar como titular da seleção.

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Savinho não foi mal, pelo contrário, jogou muito bem. Mas o botafoguense foi mais decisivo nos dois jogos, fazendo gols e dando assistências tanto contra o Chile quanto contra o Peru.

Na posição de centroavante, apareceu um jogador que já deveria ter tido oportunidades: Igor Jesus (Botafogo). Além dele, temos Endrick (Real Madrid) e, obviamente, Pedro (Flamengo), quando se recuperar da grave lesão no joelho, voltar a jogar e não sentir mais nada.

Na lateral esquerda, Abner se saiu muito bem e merece continuar tendo suas chances.

Sobre a defesa, não dá para avaliar muito bem. Apesar de ter falhado no gol do Chile, contra o Peru ela não foi ameaçada em nenhum momento. Portanto, é difícil imaginar como essa defesa se sairia marcando o ataque da Argentina, por exemplo.

Coletivamente, foram quatro tempos de futebol. Mas só no segundo tempo contra o Peru vimos algo agradável, embora o adversário seja muito fraco — talvez a pior seleção peruana da história.

Falando especificamente sobre o jogo, vi um primeiro tempo tão ruim quanto todos os outros desta eliminatória.

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A seleção tem a irritante mania de tocar a bola para os lados e para trás como prioridade.

No segundo tempo, ficou claro que, se Dorival Jr. der liberdade para os jogadores se movimentarem, criarem jogadas e, principalmente, se aproximarem para trocar passes em direção ao gol adversário, algo bom pode até acontecer.

Mas daqui para frente é que veremos se a seleção realmente virou a chave, como alguns jogadores afirmaram, pois enfrentará equipes mais fortes.

Teremos Venezuela e Equador fora de casa, além da Bolívia na altitude de La Paz, que será um grande desafio.

As "pedreiras" serão Uruguai e Colômbia, em casa, mas, obviamente, o grande teste será contra a Argentina, na casa dos hermanos.

Eles atropelaram a Bolívia por 6 a 0, com um show "cinco estrelas" de Lionel Messi, que marcou três gols e deu duas assistências.

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O Brasil nunca correu o risco de não se classificar para a Copa do Mundo, mas a questão é: com que qualidade de futebol chegaremos lá?

A seleção está devendo muito e precisa mostrar um futebol que faça o torcedor voltar a se identificar com ela.

O Brasil está em quarto lugar, e no máximo disputaremos com o Uruguai a terceira vaga, porque somos inferiores à Argentina e à Colômbia.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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