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Gerson é 'dono do jogo', Flamengo elimina Corinthians e vai à final

Por que o Flamengo conseguiu se classificar para a final da Copa do Brasil eliminando o Corinthians mesmo com um jogador a menos?

Simples: porque tem um time tecnicamente muito superior, mais criativo e com um treinador jovem, mas claramente melhor que a dupla Ramón e Emiliano Díaz. Além disso, o Flamengo conta com um jogador espetacular no meio-campo, que, para mim, é o melhor brasileiro na posição: o camisa 8, Gerson.

Gerson dominou o jogo na Neo Química Arena. Com uma classe invejável, controlou o meio-campo e todas as bolas que chegaram aos seus pés foram transformadas em jogadas úteis para o Flamengo. Quando precisava tocar de primeira, ele o fazia; quando era necessário cadenciar o jogo, ele sabia segurar a bola com maestria. Sem contar a jogada incrível no segundo tempo em que quase marcou um golaço.

Gerson e Matheuzinho disputam a bola na partida entre Corinthians e Flamengo pela semifinal da Copa do Brasil 2024
Gerson e Matheuzinho disputam a bola na partida entre Corinthians e Flamengo pela semifinal da Copa do Brasil 2024 Imagem: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Com a expulsão do Bruno Henrique e a saída do Gabriel para a entrada do Fabrício Bruno, Filipe Luís matou o time do Corinthians. Formou uma linha de três zagueiros altos, já prevendo o desespero corintiano e os cruzamentos excessivos. Ao mesmo tempo, tumultuou o meio-campo, forçando o Corinthians a ser criativo e técnico, e foi nesse momento que a fragilidade da equipe ficou evidente.

Rodrigo Garro, que deveria ser a referência técnica do time, precisava assumir a responsabilidade, fazer jogadas individuais, partir para cima e enlouquecer a marcação. Mas não fez nada disso. Limitou-se a toques laterais e cruzamentos na área. Na partida em que o time mais precisou de sua técnica, ele simplesmente desapareceu.

Igor Coronado entrou para dar mais agressividade e criatividade, sendo mais um jogador para partir para cima da defesa, mas fez o mesmo que Garro: nada! Talvez isso explique por que ele nunca jogou em uma grande liga ou num grande clube europeu.

A estratégia do Corinthians no segundo tempo foi absurda. Apostaram em cruzamentos constantes na área, consagrando Fabrício Bruno, Léo Pereira e Léo Ortiz, além do goleiro Rossi, que saía do gol e pegava a maioria das bolas. O ataque corintiano também irritou ao tentar simular faltas o tempo todo, especialmente Yuri Alberto, Romero e Garro, que preferiram cair em jogadas promissoras ao invés de seguir na busca pelo gol.

Por outro lado, o Flamengo fez o jogo perfeito para uma equipe que ficou mais de 60 minutos com um jogador a menos, dominando o meio-campo. O Corinthians, por sua vez, precisa se preocupar com a zona de rebaixamento, já que os adversários diretos têm jogos a menos.

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Com Memphis Depay, o resultado seria diferente?

Acredito que sim, principalmente pela superioridade numérica que o Corinthians teve em grande parte do jogo. Depay certamente preocuparia a defesa flamenguista, mas a diretoria falhou ao perder a data para inscrevê-lo na Copa do Brasil.

Filipe Luís montou muito bem seu time, mas foi no momento de fazer escolhas, após a expulsão de Bruno Henrique, que seu trabalho brilhou. Ele agiu rápido e corretamente, mostrando que sabe ler o jogo e ajustar o time de acordo com as necessidades. Sacar o Gabriel, em um momento delicado, não era uma escolha fácil, mas ele não titubeou.

Sobre a coletiva do Corinthians, fiquei decepcionado. Quem respondeu às perguntas foi Emiliano Díaz, e não Ramón. Quem é o técnico, afinal? O torcedor quer ouvir Ramón falar sobre o jogo, não seu filho. O contratado foi Ramón, e considero uma omissão ele não ter ido sozinho à coletiva após a eliminação. O torcedor corintiano queria ouví-lo.

Agora, Flamengo e Atlético-MG decidirão a Copa do Brasil em um confronto que promete ser tenso, dado o histórico entre os dois clubes. O Flamengo eliminou o Corinthians com todos os méritos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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