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OpiniãoEsporte

Palmeiras de Tapia, Fê, Diany e Brena batem Brabas e ganham título incrível

Nesse feriado de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, fui comentar a final do Campeonato Paulista Feminino pelo Canal 21. Fiquei bem feliz por ter sido convidado e por ter assistido a um grande jogo de futebol.

A treinadora Camila Orlando, do Palmeiras, junto com sua comissão técnica, fez um trabalho psicológico, técnico e tático espetacular para essa final. O adversário era o "todo poderoso" time feminino do Corinthians, que havia ganho todas as finais disputadas desde 2023, e essa seria a última do ano. Ninguém conseguiu virar em cima das Brabas, pois é uma equipe super acostumada a chegar em finais. Com a pressão e sempre que joga na arena, tem a seu favor mais de 30 mil torcedores corintianos ao seu lado.

Venceram a primeira partida por 1 a 0, com gol da Gabi Zanotti, e esse segundo jogo parecia que seria tranquilo, até porque foi em Campinas, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, e, obviamente, o público não chegaria nem perto daquele da Neo Química Arena. O presidente Leila Pereira estava presente nessa final, mas não fez o mínimo esforço para que essa partida fosse em São Paulo, para que também o torcedor palmeirense pudesse prestigiar suas meninas em massa. Allianz Parque, Arena Barueri, Canindé... qualquer um desses estádios estaria cheio para torcer pelas palestrinas.

Mas o Palmeiras estava tão focado e decidido que, mesmo com um público pequeno, encurralou as Brabas e deu um show de bola no primeiro tempo, com várias jogadas incríveis. O Palmeiras logo marcou dois golaços, sendo o primeiro pela camisa 9, Amanda Gutierres, e o segundo, ainda mais espetacular, com a ponta Dudinha. Além disso, o Palmeiras teve o controle total do jogo, com Brena Carolina mandando no jogo e participando de todas as jogadas ofensivas.

Do lado corintiano, vi um time apático, perdendo todas as divididas e sendo controlado completamente pelas palmeirenses. Para se ter uma ideia, Gabi Portilho, que é uma jogadora agressiva e sempre a válvula de escape com sua velocidade, foi totalmente dominada pela Fê Palermo, que também fez uma partida incrível. Nos comentários, falei que não estava tendo jogo porque o Palmeiras estava atropelando o Corinthians.

A goleira Tapia, que no final seria a grande heroína do título, não pegou na bola no primeiro tempo, não fez sequer uma defesa, porque o Corinthians não conseguiu fazer nenhuma finalização no gol. No segundo tempo, com a entrada da Yaya no lugar da Zanotti, o Corinthians melhorou sua dinâmica no jogo e, logo no início, fez seu gol com a própria Yaya, de cabeça, mas foi só. A intensidade do jogo caiu muito, e ninguém criou mais nada de importante. Com a vitória do Palmeiras por 2 a 1, a decisão foi para os pênaltis.

Aí surgiu a goleira colombiana Kate Tapia, do Palmeiras, que, dos quatro pênaltis perdidos pelo Corinthians, defendeu três (Duda Sampaio, Milene e Carol Nogueira), e o outro foi na trave (Eudmila). Enquanto o Palmeiras bateu três pênaltis e marcou dois (Fê Palermo e Ingrydi), Amanda Gutierres chutou na trave.

Foi muito merecido esse título, pela dificuldade de enfrentar um adversário que havia vencido todas as finais até aquele momento, desde 2023, e também pela ausência de seus torcedores ao lado nessa final. O Palmeiras fez uma ótima partida, com todas as jogadoras jogando demais, mas irei destacar quatro para representar o time campeão paulista de 2024.

A goleira Tapia foi simplesmente espetacular na hora mais importante dessa final, que foram os pênaltis. Fê Palermo tomou conta da lateral esquerda, não deixando Gabi Portilho ou quem caísse por ali crescer, fazendo uma brilhante partida, além de marcar seu pênalti em um momento em que todas estavam errando. Diany, que é o motorzinho desse meio-campo palmeirense, é uma ex-corintiana que conheci quando fiz uma palestra antes da pandemia para as jogadoras do Corinthians. A última vez que a vi foi em Jundiaí, na semifinal do Campeonato Brasileiro, e estava machucada, e agora foi campeã. Foi quando também conheci a mãe da Fê Palermo, que foi muito simpática. Brena Carolina fez jogadas incríveis no primeiro tempo, além da assistência que matou a defesa corintiana para o gol de Amanda Gutierres.

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O trabalho feito pela Camila Orlando também merece muito destaque, porque o Palmeiras superou todas as adversidades e jogou sem medo nenhum. Muito pelo contrário, teve muita força e coragem de partir para cima e, por pouco, não foi campeão com a bola rolando.

Parabéns ao time feminino da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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