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Racing mostra ao Cruzeiro que para ser campeão precisa ter variação tática

O Racing mostrou logo de cara no primeiro tempo que não entrou em campo para estudar o adversário — porque já sabia tudo sobre ele.

Em 20 minutos já havia feito três gols, sendo que um foi anulado pelo VAR, com jogadas de velocidade e de roubada de bola no campo do Cruzeiro. Foi um amasso enorme do time argentino que não deu chances para o time mineiro respirar.

O Cruzeiro no primeiro tempo foi a cara do seu treinador, ou seja, com um futebol muito previsível, sem objetividade, sem intensidade e tocando muito a bola para os lados e para trás.

Já nos primeiros 15 minutos do segundo tempo o Cruzeiro mostrou ter voltado muito mais agressivo e objetivo empurrando o Racing para trás mostrando que queria entrar no jogo.

Tanto que em 10 minhotos conseguiu o gol com o Kaio Jorge e logo em seguida quase empatou novamente com o camisa 9 azul depois de um rebote do goleiro Gabriel Arias de um forte chute do Matheus Pereira.

Aos poucos o jogo se equilibrou porque o Cruzeiro realmente voltou mais organizado mas tinha pela frente a melhor equipe dessa copa sul americana preparada para jogar tanto pressionando o adversário como no contra ataque e o terceiro gol do Racing deixou claro que o time argentino estava pronto para jogar em qualquer estilo.

A grande diferença entre o Racing e o Cruzeiro é a mentalidade dos treinadores.

Enquanto Gustavo Costas Makeira tem uma mentalidade competitiva,faz do Racing um time agressivo que em três toques está chegando na área adversária para finalizar e marcar enquanto o Fernando Diniz faz o Cruzeiro jogar com aquele estilo totalmente previsível,que toca 200 vezes na bola sem conseguir chegar na área para finalizar em gol.

Além obviamente da marcação pressão que os argentinos colocaram no primeiro tempo todo na saída bola dificultando a defesa cruzeirense para sair tocando forçando o erro.

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O Fernando Diniz é um treinador de um esquema só e que todos os adversários sabem como eliminar esse estilo.

Claro que ele fez o Fluminense apresentar um futebol empolgante tanto que foi campeão da Libertadores de 2023 e com muito mérito do seu trabalho mas nesse ano de 2024 o seu trabalho não é bom.

Ele foi demitido do Fluminense deixando a equipe na lanterna do campeonato brasileiro só com uma vitória e desde quando chegou o Cruzeiro em duas competições ele só venceu duas vezes.

Por outro lado o Racing vem amassando os adversários em poucos minutos mesmo. Fez isso com o Atletico PR pelas quartas de final e com o Corinthians na semi-final.

Nos campeonatos nacionais a classificação também mostra a diferença de qualidade e competitividade entre as equipes. O Cruzeiro está em 7º no brasileiro e o Racing em 3º no argentino.

Na minha visão a direção do Cruzeiro errou feio em demitir o Fernando Seabra porque foi injusto principalmente por ter sido logo após uma vitória.

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O Racing é um time muito bem treinado pelo Gustavo Costas apresentando variações táticas durante a partida principalmente na parte defensiva.

Começa o jogo com três zagueiros e depois passa um dos zagueiros para volante preenchendo e congestionando o meio de campo.

Outra mudança é que começa marcando com muita pressão dos atacantes, colocando uma intensidade altíssima e quando consegue um resultado importante, 2 a 0 em 20 minutos por exemplo, diminui a intensidade e marca mais atrás exatamente para usar os espaços deixados pelo adversário.

O Racing foi campeão da copa sul americana merecidamente porque infinitamente superior que o Cruzeiro no primeiro tempo e disputou o segundo tempo com a armadilha do contra ataque prontinha para matar o jogo como aconteceu.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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