Artur Jorge assina com letra maiúscula o grande título do Botafogo
Hoje, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, vimos uma aula tática do treinador Artur Jorge, do Botafogo. Logo no início, o time perdeu Gregore, um de seus volantes, expulso corretamente com apenas 1 minuto de jogo após uma entrada imprudente em Fausto Vera.
Mesmo com a desvantagem numérica, Artur Jorge acertou seu time sem realizar substituições, apenas ajustando o posicionamento tático.
Ele fechou sua equipe em uma linha defensiva de seis jogadores, bloqueando os espaços laterais do Atlético-MG sem abrir mão da criatividade e do ataque. O Atlético, por sua vez, enfrentou dificuldades, já que seus jogadores mais criativos atuam pelas laterais: Gustavo Scarpa, pela direita, e Guilherme Arana, pela esquerda. No meio, a equipe contava apenas com Alan Franco e Fausto Vera, ambos mais marcadores do que criadores.
Artur Jorge, com precisão, deixou Savarino, Almada e Igor Jesus fechando o meio-campo, entendendo que não havia necessidade de grande marcação nessa região. No primeiro tempo, o técnico do Botafogo deu um verdadeiro nó tático em Gabriel Milito, que errou ao manter três zagueiros e dois volantes, mesmo com um jogador a mais, sem ajustar sua equipe.
Enquanto isso, o Botafogo se mostrava mais criativo, ofensivo e agressivo, com Savarino e Almada na criação, e Luís Henrique e Igor Jesus sendo incisivos no ataque. O time alvinegro deu um show tático, técnico e coletivo, além de demonstrar uma força mental incrível.
Luís Henrique brilhou, marcando o primeiro gol, sofrendo o pênalti que Alex Telles converteu no segundo e ainda acompanhando todas as investidas de Arana, sendo o destaque do primeiro tempo. O Botafogo mostrou total entrega, deixando o Atlético perdido em campo, sem saber como reagir.
No intervalo, Gabriel Milito finalmente ajustou o time, entendendo que não precisava de três zagueiros e dois volantes com um jogador a mais. Suas mudanças deixaram o Galo mais agressivo e organizado, o que surtiu efeito imediato: Vargas marcou de cabeça logo aos 2 minutos do segundo tempo.
As alterações deram nova dinâmica ao Atlético-MG, que se tornou mais ofensivo com Paulinho, Hulk, Vargas e Deyverson. Bernard, vindo de trás, trouxe criatividade, e Mariano, na lateral direita, liberou Arana para atacar pela esquerda. Com isso, a vantagem numérica começou a pesar a favor do Galo.
O jogo ficou mais intenso, e o desgaste físico começou a aparecer. O Galo buscava o empate com pressão total, enquanto o Botafogo lutava para, no mínimo, segurar o resultado. A tensão era evidente nos rostos dos torcedores, que lotaram o Monumental de Núñez em um espetáculo inesquecível.
Foi emocionante ver um estádio tradicional completamente cheio, um contraste com as modernas, mas muitas vezes impessoais, arenas de hoje.
O Atlético-MG melhorou muito no segundo tempo, mas o Botafogo foi fantástico por ter enfrentado toda a partida com um jogador a menos e ainda ter alcançado uma vantagem de 2 a 0 antes do intervalo. Para coroar essa história inacreditável, o Botafogo marcou o terceiro gol com Júnior Santos, consagrando-se legítimo campeão da Libertadores da América.
O trabalho de Artur Jorge foi, sem dúvida, o principal diferencial nesta final. Sua capacidade de rapidamente reorganizar a equipe após a expulsão, sem desespero, demonstrou profundo conhecimento tático e liderança. Claro, todos os jogadores foram brilhantes, mas, no momento de maior dificuldade, o treinador mostrou por que é tão respeitado e a confiança que sua equipe deposita nele.
Parabéns, Botafogo!
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