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OpiniãoEsporte

É preciso reconhecer que a arrancada do Corinthians foi histórica

Mais uma vitória maiúscula do Corinthians, que chegou a oito vitórias consecutivas, vencendo todos os confrontos diretos que teve pela frente.

Já faz um tempo que estou afirmando que, do São Paulo para baixo, o Corinthians é o time que melhor joga futebol nesse momento.

Alguns dizem assim: "Acordou tarde". Não, acordou na hora que deu para acordar. No momento em que o elenco havia sido reforçado com qualidade para dar opções para que o Ramón Díaz montasse uma equipe competitiva.

O Corinthians ficou mais da metade do campeonato na zona de rebaixamento e correndo sérios riscos de cair para a Série B. Mesmo assim, ia adiante nas copas Sul-Americana e Copa do Brasil. Eram suas faces diversas: enquanto jogava bem nas copas, com agressividade e força, no campeonato de pontos corridos apresentava uma fragilidade perigosa.

Além das chegadas de Carillo, José Martínez e Alex Santana para dar qualidade técnica e física no meio-campo, chegava também o cara que, na minha visão, é o maior responsável pela evolução técnica e de confiança do Yuri Alberto e do Rodrigo Garro: Memphis Depay.

Esses três jogadores são os pontos-chave da criatividade e agressividade do meio-campo e ataque.

Claro que o Hugo Souza deu total segurança para a defesa e que a chegada do André Ramalho deixou a saída de bola muito mais qualificada. Além disso, sua forte liderança de posicionamento defensivo também foi determinante para essa arrancada.

Não foi por acaso que isso aconteceu, e tem um fator que, para mim, é o mais importante de todos: a torcida do Corinthians lotar a arena em todos os jogos, apoiando o time mesmo quando não vencia e nem conseguia sair da zona de rebaixamento.

Demorou um pouco para o time absorver a energia que vinha das arquibancadas e começar uma parceria que sempre foi imprescindível na história do Corinthians: a troca de energia das arquibancadas para o campo e do campo para as arquibancadas.

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Todos os grandes momentos da história do Corinthians contaram com essa troca, mas isso demorou para acontecer este ano, até porque não havia um time titular definido.

O Corinthians ficará com uma vaga para a pré-Libertadores, irá manter a comissão técnica, mas precisará lapidar o elenco para começar 2025 já bem competitivo.

O que quero dizer com lapidar?

Tem alguns jogadores que precisam sair, sem levar em consideração serviços prestados.

Alguns vieram e não disseram a que vieram, como o lateral Hugo, o zagueiro Cacá e o lateral Palacios, que foi contratado com problemas de cartilagem no joelho. Até agora ninguém explicou quem fez os exames e aprovou um jogador que nem chegou a jogar de verdade, já foi operado e não voltou até agora.

Um clube com muitas dívidas não pode contratar um jogador caro e machucado, assumindo gastos altíssimos com alguém que não joga.

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Se Palacios tivesse se machucado treinando ou jogando, seria outra coisa, mas ele já chegou com problemas sérios e alguém autorizou a contratação sem que ninguém esclareça essa situação.

Concordo com o Augusto Mello quando ele diz que o Duílio Monteiro Alves (que continua sendo o pior presidente da história do Corinthians) deixou para ele uma herança maldita.

É verdade também que a dívida bilionária foi feita pela turma anterior, que o Duílio vendeu garotos bons de bola a preço de banana, que facilitou a saída do Róger Guedes, que estranhamente diminuiu a multa do Carlos Miguel (que não faz falta alguma), mas também é verdade que o Augusto e sua turma deram continuidade à destruição administrativa do clube.

Não sei se ele merece sofrer um impeachment ou não, porque não tenho a mínima ideia dos argumentos do Conselho Deliberativo, mas que ele deve explicações em muitas coisas, não tenho dúvidas.

O Corinthians não pode entrar 2025 conturbado politicamente como está sendo 2024.

O primeiro passo é manter os principais jogadores do elenco e correr para não sofrer novos transfer bans que impeçam o clube de inscrever jogadores.

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Vale a pena destacar novamente essa arrancada incrível e valorizar muito um trio que está funcionando maravilhosamente bem: Rodrigo Garro, Memphis Depay e Yuri Alberto.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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