Encontrei paz, amor e muito calor humano no parque Ibirapuera
Meu pai nasceu no dia 25 de dezembro de 1934, portanto, hoje faria 90 anos.
Acordei cedo e fui ao parque Ibirapuera para minha primeira caminhada após realizar uma grande cirurgia para colocar uma prótese no joelho esquerdo. Cheguei ao parque às 7h30, mas, como era Natal, ele só abriria às 8h. Já havia uma boa turma aguardando ansiosamente a abertura dos portões.
A manhã estava deliciosa, sem uma única nuvem no céu, com sol forte e temperatura de 26 graus. Era uma energia incrível, dessas que renovam a alma. Dei uma volta pelo parque em uma caminhada lenta, ouvindo uma playlist mista que o próprio Spotify montou com as músicas que mais escutei no ano. Ficou surpreendente.
Enquanto caminhava, fui mergulhando em uma viagem profunda pelos Natais da minha infância, com foco no meu pai e na minha família. Eram festas incríveis, realizadas em nossa casa, com muita comida, doces deliciosos preparados pela minha mãe, minha avó e minhas tias, e embaladas por muita música.
Tinha Paulinho da Viola, Elza Soares, Elvis Presley, Beatles, mas principalmente as músicas dos grandes festivais da época. Havia muita alegria e diversão para mim e minhas primas da mesma idade.
Minha viagem no tempo continuou, passando por memórias saudosas que me fizeram refletir sobre o futuro e o que desejo para minha vida. Sem dúvida, harmonia e saúde estão no topo da lista, não apenas para mim, mas para todas as pessoas. E isso parte de dois pontos inegociáveis para se viver: paz e amor.
Paz e amor são imprescindíveis para lutar, viver, se relacionar, trabalhar. Isso não significa passividade, mas sim força para seguir em frente, mesmo quando encontramos obstáculos criados por outros para nos impedir de evoluir.
Sentir amor é algo que preenche nosso corpo de uma forma incrível, e a experiência fica ainda mais grandiosa quando conseguimos compartilhar esse amor com os outros. A troca de energia positiva e o calor humano não devem ser exclusivos do Natal, mas sim parte de todos os dias do ano.
O parque Ibirapuera me oferece isso sempre que vou lá. As pessoas que frequentam o parque também chegam carregadas de amor e prontas para compartilhar essa energia. Isso é visível nos olhos, nos sorrisos, nos "bom dia" e nos "Fala, Casão" que ouço enquanto cruzo com as pessoas na caminhada.
São pessoas dispostas a te dar um abraço, a transmitir calor humano de forma genuína e autêntica. Essa troca não tem preço. E, nesses momentos de introspecção, surgem memórias das pessoas que já não estão mais aqui para receber nosso carinho diretamente.
Essas datas especiais nos fazem desejar um abraço de nossos pais. Os meus já se foram, mas sinto esse abraço ao lembrar da existência deles. Não dá para negar: o Natal tem uma capacidade única de nos conectar com as pessoas que amamos, mesmo aquelas que já partiram.
Desejo a todos um Feliz Natal! E, claro, um feliz aniversário para o Sr. Walter Casagrande, meu pai!
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.