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OpiniãoEsporte

Sinal de alerta vermelho ligado para Neymar na Arábia Saudita

Por que será que o Al-Hilal continua não querendo inscrever o Neymar no Campeonato Saudita? Pelo que sei, ele não convenceu até agora o Jorge Jesus a tirar um dos oito estrangeiros acima de 23 anos para inscrevê-lo. Já falei várias vezes que a contusão de ligamento cruzado é muito complicada, que a cirurgia é muito agressiva e que a parte mais importante e perigosa para a recuperação é a fisioterapia. Dentro de todo o processo, a fisioterapia precisa ser feita com muita seriedade e dedicação.

Bom, todos sabemos que o forte do Neymar nunca foi o profissionalismo, a seriedade e a dedicação. Desde quando ele começou a entrar em algumas partidas em 2024, e aqui no Brasil boa parte da imprensa exaltava qualquer toque na bola como genialidade, eu percebia que estava faltando muita coisa para ele jogar de verdade uma partida difícil e pegada. Na terceira ou quarta vez que entrou, sentiu a coxa e pronto: mais um tempão parado.

Ele está há mais de um ano sem jogar e provavelmente sem se dedicar ao tratamento, porque logo após a cirurgia, no final de 2023, ele embarcou no seu Cruzeiro com seus parças. E não venham me dizer que durante o período no mar ele fez a fisioterapia seriamente, porque não é verdade. Ele deveria ter ficado de repouso e fazendo a sua fisioterapia, pensando unicamente em se recuperar bem para voltar a jogar futebol em alto nível. Mas isso não era a prioridade do Neymar naquele momento, e isso, sem dúvida alguma, atrasou toda a sua recuperação, colocando em xeque o seu futuro como jogador profissional.

Faz muito pouco tempo que ele vem dizendo que se "aposentou da balada". Será que agora é tarde demais? O Neymar está em baixa no futebol europeu há muito tempo. Ele foi para o futebol árabe porque não teve nenhuma proposta dos grandes clubes. Se ofereceu algumas vezes para o Barcelona, que negou todas, e surfou na onda dos árabes, que ofereceram muito dinheiro. Como isso sempre foi a prioridade do seu staff, acabou indo para lá.

Agora corre o risco de não ser inscrito no campeonato, e já surge conversa de que o Miami o recebe de braços abertos. Será mesmo? Pelo que eu li, foi ele mesmo que lançou esse papo na imprensa, e como tem diversos "Neymarzetes" dentro, deram corda para isso. Como um jogador que está sem jogar há mais de um ano por causa de uma contusão gravíssima, e que seu clube, Al-Hilal, e seu treinador, Jorge Jesus, não estão a fim de inscrevê-lo no campeonato, pode ter algum time disposto a investir uma fortuna para um jogador que ninguém sabe se voltará a jogar de verdade?

O Neymar deveria ter se aposentado da balada no mínimo quando se contundiu contra o Uruguai e precisou fazer essa cirurgia de ligamento cruzado. É claro que "seus parças" só falam o que ele quer ouvir e só dizem amém, porque se fossem amigos de verdade, falariam para ele parar com festas, jogatinas e cruzeiro em alto mar principalmente depois dessa contusão grave e da cirurgia. Mas que nada: o cara de muletas e os parças incentivando para ir nas baladas.

Eu sou um crítico do Neymar desde 2017, quando ele já mostrava que estava se perdendo, e o primeiro sinal veio através de seu comportamento mimado. Quando falei pela primeira vez que ele era um mimado, o mundo quase caiu na minha cabeça, mas agora, depois de muito tempo, fica claro, para quem tinha dúvida, que as minhas críticas sempre foram construtivas e para alertar sobre a estrada errada que ele estava entrando. Porque se ele não voltar a jogar um futebol de alto nível, os responsáveis serão aqueles que só passaram a mão em sua cabeça e achavam tudo engraçado o que ele fazia.

Os críticos do Neymar foram aqueles que mais queriam vê-lo jogando como já vimos no Santos e no Barcelona. Os parças queriam continuar na mamata e usufruindo do que o Neymar oferecia, e aqueles que só passavam a mão na cabeça dele queriam entrevistas exclusivas e tê-lo como um "amigo", e tanto faz se ele iria continuar genial ou não. Hoje, vejo o sacrifício que essas pessoas fazem para elogiá-lo, mesmo que ele não faça nada para isso.

Estamos a um ano e meio da Copa do Mundo de 2026, e se ele não voltar a jogar em alto nível, mas principalmente sem nenhuma sequela em seu joelho, será difícil que ele ajude na caminhada para um utópico hexa.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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