O conceito de futebol de Dorival é arcaico e não iremos a lugar algum assim
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"O Dorival Jr. terá muito trabalho; tomamos um nó tático." Essa frase foi dita pelo jogador Bruno Guimarães, que estará fora da partida contra a Argentina, com toda sinceridade, personalidade e muito realismo.
Estava esperando há muito tempo uma entrevista importante que não enganasse o torcedor e nem passasse um pano para a fragilidade que a seleção apresenta em todos os jogos. O jogador, campeão pelo Newcastle, tem total razão nessa entrevista corajosa, porque a verdade é essa: o Brasil tomou um nó tático da Colômbia e venceu a partida jogando mal e menos que o adversário.
Muitos dizem: "O importante no futebol é vencer". Eu não tenho essa definição, porque para ser campeão de uma Copa do Mundo precisa-se de muito mais do que isso. Ninguém irá vencer uma Copa jogando mal o tempo todo, porque são sete jogos e, das quartas de final em diante, só há potências ou seleções surpresas, mas que estão jogando bem.
Na Copa, precisará ter personalidade de equipe, padrão de jogo, confiança e jogar muito bem, e isso a seleção brasileira não tem. Mas eu acho que, pelo momento de desconfiança do trabalho ruim do Dorival Jr. e a falta de confiança dos próprios jogadores, todos estão muito bem em seus clubes: Raphinha (Barcelona), que está sendo cogitado até para ganhar a Bola de Ouro; Vini Jr., Endrick e Rodrygo no Real Madrid; Bruno Guimarães e Joelinton (Newcastle), que foram campeões da Copa da Liga Inglesa; e tantos outros. Mas na seleção não conseguem jogar coletivamente, e uma vitória poderá dar confiança a eles, fazendo com que o time comece a criar uma personalidade de equipe.
O Dorival Jr. não está conseguindo montar um time competitivo, não consegue dar um padrão de jogo e muito menos criar uma personalidade de equipe. Sem isso, não vamos a lugar nenhum. O trabalho dele é muito ruim, e essa minha opinião não é uma questão pessoal, porque gosto muito da pessoa Dorival Jr. e também dos seus trabalhos em clubes, principalmente nos últimos no Flamengo e São Paulo. Mas para ser treinador da seleção brasileira, precisa-se de algo mais, que ele não apresentou até agora.
Depois do absurdo que ele falou na coletiva na véspera da partida, quando declarou que havia feito o planejamento em cima do Neymar, demonstrou estar totalmente perdido. Neymar pode até ser que volte a ser importante para a seleção brasileira, coisa que eu não acredito, mas convocá-lo depois de jogar sete partidas no Campeonato Paulista, sem ter feito uma grande partida e só ter jogado um clássico, é totalmente fora da realidade montar um esquema para ele jogar.
Vou pedir licença à colunista Alícia Klein para pegar o título da sua ótima coluna sobre o trabalho do Dorival, porque achei a melhor definição que li até agora: "Dorival investe no passado, estraga o presente e ignora o futuro." Não existe nada mais claro do que isso para definir as intenções do Dorival Jr. como treinador da seleção brasileira.
Investir tudo no Neymar é jogar suas fichas em um passado que não deu certo na seleção brasileira. Com isso, ele estraga o que temos de melhor nesse momento, porque jogadores que estão no auge, jogando muito em seus clubes, terão que jogar em função de um jogador que não decide nada há anos. É diretamente ignorar a ascensão de talentos incríveis como Endrick, Estevão, João Pedro e tantos outros que estão surgindo, porque não terão espaço.
Sem o Neymar, o Dorival Jr. nem olha para Estevão e Endrick no banco. O garoto do Palmeiras é admirado por todos pela sua incrível técnica, habilidade, dribles e agressividade e não sai do banco. O centroavante ex-Palmeiras, do Real Madrid, que está no banco do Mbappé, mas quando entra é decisivo, e seus números em relação aos minutos que joga são incríveis, também não sai do banco. Eles são terceiros reservas para o Dorival Jr.
Contra a Colômbia, saiu João Pedro e entrou Matheus Cunha; quando saiu Rodrygo, entrou Savinho. Portanto, Endrick e Estevão só completam treinamentos na seleção brasileira, enquanto são considerados no mundo como duas joias brasileiras. Eu concordo plenamente com a opinião da Alícia e não iremos a lugar algum numa Copa do Mundo com esse pensamento arcaico do treinador Dorival Jr.