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Alemanha e Itália fizeram um jogo para ficar na história do futebol

A Alemanha está jogando um futebol incrível, empolgante, intenso que chega a ser assustador. Eles sempre foram uma potência, mas a atuação nas últimas duas Copas foi vergonhosa.

Neste domingo, eles receberam a Itália em Dortmund para o segundo jogo das quartas de final da Nations League. A Alemanha tinha a vantagem do empate por ter vencido por 2 a 1 em Milão.

Jogar com o regulamento debaixo do braço? Jogar pelo empate? Que nada.

A nova cara da seleção alemã não tem nada a ver com conservadorismo futebolístico, e sim com um futebol vistoso, agressivo, com muita movimentação e toque de bola. A Alemanha amassou a Itália no primeiro tempo fazendo 3 a 0, fora o show de bola

Os gols foram inusitados, principalmente o segundo. O primeiro foi de pênalti, o zagueiro italiano puxou a camisa e deu por baixo. O nome do jogo, Kimmich, bateu e marcou. O segundo foi uma desatenção, uma lambança que nem uma equipe de várzea cometeria. Cruzamento na área, cabeçada no ângulo e uma defesa incrível do Donnarumma que levou a bola para escanteio. Foi aí que começou uma trapalhada daquelas.

Donnarumma, irritado, saiu pagando geral para a defesa italiana e se esqueceu do escanteio. Kimmich bateu rápido para Musiala, a meio metro da linha do gol, sem goleiro. Só precisou empurrar para o gol. Foi uma situação completamente absurda pelo tamanho e pela importância desse confronto. Eu nunca havia visto uma coisa dessas.

Bom, a Alemanha não tinha nada a ver com isso, continuou mandando no jogo com a Itália sem ver a cor da bola. Kimmich fez novo cruzamento para a área, Kleindienst marcou de cabeça depois de uma péssima saída de bola da defesa azzurra.

"La Squadra Azzurra" continua não conseguindo montar uma equipe que consiga competir tecnicamente com as principais seleções europeias. Só conseguiu equilibrar a partida com o espírito de luta que faltou no primeiro tempo.

Mesmo assim, logo início do segundo tempo, depois de um erro na saída de bola causado por uma displicência da seleção da alemã, conseguiu diminuir com Moise Kean. Tecnicamente nada mudou, mas a entrega, o foco, a disposição, sim. Isso somado a uma boa diminuída de intensidade alemã deu uma equilibrada no jogo.

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O treinador alemão Julian Nagelsmann percebeu rápido que precisaria chacoalhar seu time e trocou três jogadores logo de cara.

A Itália mostrou no segundo tempo que tem uma equipe com personalidade e que para bater de frente hoje em dia precisa de foco total. Dessa forma, chegou ao segundo gol com o mesmo camisa 9, Moise Kean.

Nesse momento, a torcida azzurra cresceu junto com sua seleção e, na força, mudou a cara do jogo. Tanto que, em menos de 30 minutos do segundo tempo, a Itália fez dois gols e deixou seleção alemã muito assustada.

Tivemos dois tempos distintos, pareciam dois jogos diferentes. O primeiro tempo foi totalmente da Alemanha, com a Itália sem conseguir entrar no jogo e merecendo fazer 3 a 0. O segundo tempo foi na força, na raça, no foco. A Itália foi melhor, conseguiu fazer dois gols antes dos 30 minutos de jogo.

Mas o melhor ainda estava por vir, quando nos acréscimos o VAR chama o árbitro, que marca pênalti para a Itália. Raspadon marcou e empatou o jogo em 3 a 3. Inacreditável, maravilhoso é o futebol que consegue criar surpresas incríveis.

A Itália deu uma aula de personalidade individual e de equipe que há tempos o torcedor italiano não via sua Squadra Azzurra apresentar. Foi eliminada, mas com uma dignidade rara no futebol. Saiu de um 3 a 0 para Alemanha no primeiro tempo para um 3 a 3 fantástico em Dortmund. Foi um jogaço digno dos melhores momentos da história de Alemanha x Itália.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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