Série sobre Messi em Miami mostra gênio humilde e admiração de colegas
Quando Lionel Messi entrou pela primeira vez em campo pelo Inter Miami, no dia 22 de junho, contra o Cruz Azul, o futebol nos Estados Unidos mudou para sempre. Desde então, os preços dos ingressos subiram, os números de público e as vendas de camisas atingiram patamares nunca vistos e a audiência mundial da MLS também mudou de nível.
Mas, para além do fenômeno de marketing e do desempenho econômico que a união possa ter, existem histórias de pessoas. Caminhos que se unem em torno do personagem principal. São essas histórias e esses encontros que dão o tom de "Messi nos Estados Unidos", produção da AppleTV+ que estreia hoje (18) no Brasil.
A primeira temporada da série documental tem três capítulos e mostra, como sugere o título, a chegada de Messi a Miami e ao futebol norte-americano, com todos os elementos que compõem o quadro: o anúncio surpreendente, a apresentação e os primeiros jogos.
Mas a série vai além de um simples relato dos fatos e ganha fôlego pela forma como apresenta os personagens ao redor de Messi. E por mostrar de forma singela a relação do camisa 10 argentino com os companheiros (dos mais conhecidos aos mais jovens) e com o técnico — o velho conhecido Tata Martino, dos tempos de Barcelona.
"É o tipo de história que você não precisa ser um especialista em futebol ou entender profundamente o jogo. São histórias de personagens, que podem ser de certa forma universais. E a partir disso, elas podem fazer novos fãs se interessarem pelo esporte em si", define o produtor-executivo Scott Boggins, em conversa com o UOL.
A equipe de produção teve acesso total aos bastidores do Inter Miami e passou os meses de julho e agosto colhendo material para a primeira temporada da série. A presença constante e as múltiplas oportunidades de abordar os jogadores em diferentes contextos dão ao produto final uma cara própria.
É interessante (e quase inédito) ver Messi falando de tática, comentando sobre os colegas de time, e tendo atitudes que humanizam um jogador comumente chamado de "mito", "deus" ou "extraterrestre".
Um exemplo acontece quando o argentino, a princípio, se recusa a aceitar a braçadeira de capitão dada a ele pelo lateral DeAndre Yedlin, na partida de estreia. O colega acaba convencendo Messi; depois, é recompensado com um gesto do colega mais famoso (não contaremos mais para evitar spoilers).
Há, ainda, elogios ao velho amigo Sergio Busquets, comentários sobre o goleiro Drake Callender e frases descrevendo sensações durante as partidas. Quase sempre desde um ponto de vista coletivo.
"O que vemos nesses três primeiros episódios é a formação de uma equipe. Alguns desses jogadores eram jovens que tinham ele como ídolo e que jamais pensavam que teriam a chance de jogar com ele", explica Boggins.
O produtor-executivo cita como um de seus momentos favoritos as cenas do jovem meio-campista Benjamin Cremaschi, de 18 anos, com seu pai, Pablo, um ex-jogador de rúgbi que se emociona ao ver o filho jogando ao lado de Messi.
Pelé será lembrado na segunda temporada
Fazer uma série sobre futebol nos Estados Unidos em 2023 é falar de Messi e do Inter Miami. Mas a história do esporte do país também foi marcada por Pelé, que revolucionou a relação dos norte-americanos com a bola redonda nos anos 1970, jogando pelo New York Cosmos.
A passagem marcante de Pelé será lembrada na próxima temporada da série. "Isso será mostrado na segunda temporada, quando o time vai jogar em Nova York, contra os Red Bulls. Os nova iorquinos ainda se lembram de quando o melhor jogador do mundo foi jogar na cidade nos anos 1970, e falam de como aquilo inspirou gerações", explica Scott Boggins.
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Quero receberDe acordo com os produtores, a segunda temporada de "Messi nos Estados Unidos" também terá cenas do jogador com a família em Miami, e mostrará uma versão ainda mais humana do camisa 10 que fãs do mundo insistem em dizer que é de outro planeta.
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