"Haaland do Barcelona" e mais 5 jovens que podem brilhar no Mundial sub-17
Buffon; Zabaleta, Juan, Marquinhos e Marcelo; Toni Kroos, Cesc Fàbregas e David Silva; Ronaldinho, Tevez e Osimhen.
O time acima nunca jogou junto, mas tem algo em comum: os 11 jogadores disputaram e se destacaram no Mundial sub-17. A partir desta sexta-feira, na Indonésia, a bola rola para a 19º edição do torneio, que volta a ser disputado após quatro anos -- e edição de 2021 foi cancelada devido à pandemia de Covid.
Quase tão importante quanto a disputa pelo título, a procura pelos craques do futuro é uma das atrações da competição.
O Mundial deste ano tem bons candidatos, de diferentes perfis: desde quem já recebeu chances entre os profissionais até quem ainda se destaca na base e pode ter a primeira oportunidade após o fim do torneio.
Marc Guiu, 17 anos (4/1/2006), atacante do Barcelona
Revelado pelas categorias de base do Barcelona, o atacante de 1,87m é bem diferente do perfil de atletas que saem de La Masia. A altura e o estilo de jogo baseado na força física já renderam comparações com o norueguês Erling Haaland, artilheiro do Manchester City.
Exageros à parte, o caminho de Guiu nas categorias inferiores impressiona: ele foi um dos artilheiros do Europeu sub-17 deste ano, ao lado de Lamine Yamal, companheiro de seleção e de Barcelona. Na base do clube de catalão desde os 7 anos, ele passou com destaque por todos os times do sistema de "cantera" do clube.
Aos 17 anos, ele ainda tem contrato com o time juvenil do Barcelona, mas já alterna convocações para o time B -- que disputa a terceira divisão da Espanha -- e a equipe principal.
Pela equipe comandada por Xavi Hernández, Guiu protagonizou um dos grandes momentos da temporada do Barcelona até o momento: diante do Athletic Club, ele fez sua estreia no time principal e marcou o gol da vitória por 1 a 0 apenas 33 segundos depois de entrar em campo.
No Mundial sub-17, Guiu terá a chance de jogar partidas completas, adicionando à carreira os minutos que ainda não conquistou no Barcelona. Nos bastidores do clube, existe uma expectativa grande sobre o desempenho do atacante. Afinal, a base da equipe catalã já produziu jogadores de alto nível em praticamente todas as posições: falta um camisa 9 clássico.
Estevão William, 16 anos (24/4/2007), atacante do Palmeiras
O jogador mais jovem da seleção brasileira no Mundial sub-17 talvez nem seja titular da equipe comandada por Phelipe Leal, tamanha a qualidade da concorrência na posição. Mas, aos 16 anos, Estevão Willian já é apontado como um dos grandes fenômenos no futebol de base do país.
O atacante chegou ao Palmeiras em 2021, proveniente da base do Cruzeiro. No clube mineiro, ele ganhou o apelido de "Messinho", pela habilidade com a bola nos pés e a capacidade de fazer gols.
As duas características ficam claras olhando o currículo do garoto desde a chegada à base palmeirense: em 2022, ele foi campeão dos campeonatos estaduais sub-15 e sub-17, além de ter participado das conquistas do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil sub-17. Foram ao todo 23 gols e oito assistências em 34 jogos.
No início de 2023, mesmo com apenas 15 anos, o projeto de craque ajudou o Palmeiras a conquistar o bicampeonato da Copa São Paulo, torneio mais importante do futebol de base no Brasil.
As boas atuações levaram o garoto à equipe sub-20 e renderam também um convite do técnico Abel Ferreira para fazer treinamentos com o time profissional. Clubes europeus também já estão de olho no jovem: Barcelona e PSG são dois dos gigantes que acompanham o desempenho da promessa.
Claudio Echeverri, 17 anos (2/1/2006), meia do River Plate
Lionel Messi ainda não se aposentou nem do futebol de clubes, nem da seleção argentina. Mas, por via das dúvidas, torcedores e imprensa do país já começam a procurar por substitutos.
Um dos grandes candidatos é Claudio Echeverri, meia-atacante do River Plate. Com um tipo físico parecido ao craque, o garoto chama a atenção desde muito jovem. Em seu primeiro torneio na Europa, ainda como infantil, marcou 9 gols em 6 jogos. Desde então, ele é apontado como o mais promissor argentino da geração de 2006.
O bom desempenho no Sul-Americano sub-17, quando foi um dos artilheiros (ao lado dos brasileiros Kauã Elias e Rayan) e o líder de dribles, elevou ainda mais o status de Echeverri.
Ao longo da temporada, o jovem de 17 anos passou a ganhar oportunidades no time principal do River Plate e foi chamado por Lionel Scaloni para treinar com a seleção argentina.
Pelo sobrenome, Claudio ganhou um apelido curioso: "El Diablito", em referência a Marco "El Diablo" Etcheverry, considerado o melhor jogador boliviano de todos os tempos e um dos responsáveis pela classificação da Bolívia para a Copa do Mundo de 1994.
Assan Ouédraogo, 17 anos (9/5/2006), volante do Schalke 04
Filho de um ex-jogador da seleção de Burkina Faso, Forzan Assan Ouédraogo disputará o Mundial sub-17 pela Alemanha, país onde nasceu. No Schalke desde os 8 anos, ele é apontado por especialistas como um dos mais promissores meio-campistas do futebol mundial.
Ouédraogo é o que os ingleses costumam chamar de "box-to-box", um meio-campista capaz de jogar de uma área até a outra, com boas qualidades ofensivas e defensivas. Na Alemanha, ele já foi comparado ao ganês Michael Essien, lenda do futebol africano e ídolo do Chelsea.
A qualidade do jovem, de 17 anos, já tem sido apreciada no time principal do Schalke. Ele participou dos 11 jogos do clube na temporada 2023/24 da Bundesliga, e já marcou um gol e deu uma assistência.
O bom desempenho do garoto na base e no time principal já começa a conquistar alguns fãs, entre eles o técnico Jurgen Klopp, do Liverpool. O clube inglês é um dos interessados na jovem promessa, que tem uma multa rescisória de 20 milhões de euros (R$ 105 milhões).
Ethan Nwaneri, 16 anos (21/3/2007), meia-atacante do Arsenal
O garoto inglês já está na história da Premier League: em setembro de 2022, aos 15 anos, ele tornou-se o jogador mais jovem a disputar uma partida de primeira divisão do Campeonato Inglês.
O momento histórico aconteceu na vitória do Arsenal por 3 a 0 sobre o Brentford. Nwaneri entrou em campo nos acréscimos e não teve influência no resultado final, mas o feito já mostra como ele tem subido rápido os degraus rumo à elite do futebol.
Mesmo com idade para ainda jogar na equipe sub-17 do clube londrino, ele atua regularmente com a equipe sub-21 e eventualmente participa de atividades com os profissionais - foi assim que Arteta o convocou (e colocou em campo) em setembro passado.
"Eu coloquei em campo por pura intuição. Observei ele jogando e gostei do que vi", comentou o técnico espanhol na época, explicando por que havia dado uma chance no time a um jogador tão jovem.
Descrito como um "camisa 10 clássico", mas com capacidade para cair pelos lados e chegar ao ataque, Nwaneri é apontado como uma das maiores promessas do futebol inglês.
Amara Diouf, 15 anos (7/6/2008), atacante do Génération Foot
Senegalês, rápido, forte e goleador. A comparação é inevitável, e Amara Diouf convive com ela desde muito cedo: aos 10 anos, ele já era chamado de "novo Sadio Mané". Aos 15, chega ao Mundial sub-17 com os olhos dos principais clubes da Europa em seu futebol.
Embora ainda jogue no Génération Foot, de seu país, Diouf já é observado por equipes como o Real Madrid, que tem uma rede de observadores espalhada pelo mundo. O garoto também interessa ao Metz, clube francês que foi o primeiro time de Sadio Mané na Europa.
Neste, a jovem promessa liderou o primeiro título de Senegal na história da Copa Africana sub-17, com direito ao prêmio de artilheiro da competição, com 5 gols marcados. Na campanha, ele bateu o recorde de finalizações do evento, que era do nigeriano Victor Osimhen, hoje estrela do Napoli.
Em setembro, Diouf jogou 19 minutos pela seleção adulta de Senegal diante de Ruanda, pelas eliminatórias da Copa Africana de Nações, tornando-se, aos 15 anos, o jogador mais jovem a defender os Leões de Teranga.
Três ausências importantes
Em meio a tantas promessas, o Mundial sub-17 também terá desfalques importantes. São jovens que, apesar da idade, já são importantes para suas equipes seleções adultas a ponto de não poder desfalcá-las para jogar o torneio da Fifa.
O brasileiro Endrick puxa a lista: peça-chave do Palmeiras que briga pelo título brasileiro, o atacante foi convocado por Fernando Diniz para os duelos contra Colômbia e Argentina, pelas Eliminatórias da Copa-26.
Situação parecida é vivida por Lamine Yamal. O garoto, de 16 anos, já entrou no revezamento de titulares do Barcelona e briga pela posição na ponta-direita com o brasileiro Raphinha.
Pela seleção espanhola, Yamal já disputou duas partidas --a federação local quer que o jovem dispute um terceiro jogo o quanto antes, para garantir que ele defenda a Espanha, e não Marrocos, país de seu pai.
O terceiro integrante do pódio de ausências é francês: Warren Zaire-Emery, do PSG. O jovem, de 17 anos, tem ganhado cada vez mais espaço no time comandado por Luis Enrique, e as boas atuações garantiram a primeira convocação para a seleção principal e seu país, para os duelos contra Gibraltar e Grécia, pelas Eliminatórias da Eurocopa.
Opinião
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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