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Quem é o brasileiro que só perde para Messi em camisas vendidas na MLS

Lionel Messi é a maior estrela da MLS, mas não a única. Além do argentino do Inter Miami, a liga tem jogadores como Sergio Busquets, Giorgio Chiellini, Lorenzo Insigne e Jordi Alba.

Só que, na lista de camisas mais vendidas da última temporada, um brasileiro supera os astros europeus e fica atrás apenas do craque argentino: João Klauss, atacante do Saint Louis City, foi a surpresa da lista, que foi divulgada pela liga no fim da temporada regular.

"Eu sabia que em um momento da temporada eu estava no top 25. Mas é claro que o top 2 me surpreendeu", confessa Klauss, de 26 anos, ao UOL. "Acredito que aconteceu porque o clube é novo, as pessoas ainda estavam conhecendo os jogadores e comprando a camiseta. O bom início na temporada também ajudou bastante", acrescenta.

O Sant Louis City estreou nesta temporada na MLS e desafiou todas as previsões. "Diziam que seríamos os últimos", lembra Klauss. O time acabou se classificando para os playoffs com a melhor campanha da Conferência Oeste. Na pós-temporada, acabou eliminado pelo Sporting Kansas City, mas ainda assim foi uma das surpersas do ano.

Com dez gols marcados em 20 jogos, o brasileiro foi um dos artilheiros do time na temporada regular, ao lado do norte-americano Nicholas Gioacchini. Ele também ficou no top de "gols por minuto", tendo marcado uma vez a cada 132 minutos em campo, oitavo melhor índice da liga.

Ranking dos jogadores que mais venderam camisas na temporada 2023
Ranking dos jogadores que mais venderam camisas na temporada 2023 Imagem: MLS

Caminho longe do Brasil

Os gols e a segunda colocação no ranking de camisas vendidas colocaram Klauss no noticiário dos Estados Unidos. Mas o catarinense de Criciúma ainda é pouco conhecido no Brasil, e o motivo é simples: ele fez toda a carreira profissional longe do país.

Aos 20 anos, depois de passar pela base do Grêmio, o atacante de 1,90m foi para a Alemanha, contratado pelo Hoffenheim. Sem espaço no time principal, integrou o elenco do time B, foi emprestado ao HJK da Finlândia e ao LASK Linz, da Áustria, onde se consolidou no futebol europeu.

"Lá eu tive a oportunidade de jogar contra o Haaland, chegamos às oitavas de final da Europa League. Jogamos contra o Manchester United nas oitavas, passamos por um grupo com Sporting e PSV. O time estava em primeiro lugar na Liga, quando teve a interrupção pela Covid", conta.

A pandemia tirou as chances de título do LASK -- o time violou regras de isolamento, perdeu 12 pontos e terminou em segundo lugar --, mas a passagem pela Áustria mudou o status de Klauss.

Na volta ao Hoffenheim, ele teve chances no time principal na temporada 2020/21, antes de ir para a Bélgica, onde defendeu o Standard de Liège e o St-Truiden. Até que o telefone tocou em julho de 2022.

"O ex-diretor esportivo do Hoffenheim estava em Saint Louis para o projeto de um clube novo. Ele me falou bem do projeto, da liga, da organização. Como a gente já se conhecia, e ele tinha me ajudado muito lá atrás, eu tinha confiança nele. Isso me ajudou a aceitar a proposta e vir pra MLS", conta o atacante.

Messi, Chiellini? e Suárez

Entre assinar o contrato, em julho de 2022, e ser o segundo na lista de mais camisetas vendidas, Klauss assistiu à transformação da MLS. Principalmente depois da chegada de Messi, em julho deste ano.

Só que o encontro entre o brasileiro e o argentino ainda não aconteceu. A partida entre Saint Louis City e Inter Miami aconteceu uma semana antes da estreia do camisa 10. "Com certeza a gente queria que ele tivesse jogado, até porque a gente sempre quer enfrentar os melhores. Todo mundo quer ter a oportunidade de jogar contra o Messi", afirma Klauss.


Por falar em melhores, foi em sua primeira temporada nos Estados Unidos que o brasileiro encontrou o zagueiro mais complicado que já enfrentou na carreira.

"Pode ser um pouco surpreendente, mas o melhor zagueiro que enfrentei não foi na Europa; foi o Chiellini, aqui na MLS. Além de ser um cara incrível e um profissional exemplar, ele é muito inteligente, consegue fechar os espaços de maneira diferente, consegue ler o jogo mais rápido que os outros", avalia.

Os olhos de Klauss brilham mais ainda quando ele fala de outra estrela do futebol mundial: o Luis Suárez. Gremista assumido, o atacante vibra com o uruguaio no time gaúcho, e também espera vê-lo em breve nos gramados norte-americanos.

"O Suárez é indiscutível, um dos melhores centroavantes da história. É uma coisa que todos têm que aproveitar, porque ter um jogador desse nível, jogando no Brasil, não é sempre que a gente tem. Pra mim é um privilégio, e ainda mais com ele jogando no meu time. Eu tento assistir a todos os jogos, ele me inspira muito. Espero ter a chance de enfrentá-lo aqui na próxima temporada", afirma Klauss.

Com a chegada de Suárez, além de ter o ídolo por perto, Klauss ganhará um rival na luta pela artilharia da MLS. E na disputa para se manter entre as camisas mais vendidas da liga.

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