Bagre? Sem lugar no Barcelona, atacante brilha e bate Lewandowski e Haaland
Quando o contrato de empréstimo de Luuk de Jong com o Barcelona chegou ao fim, em 30 de junho de 2022, não houve comoção nos bastidores do clube. O holandês, cedido pelo Sevilla, acabou conquistando os torcedores na reta final de sua passagem, mas os números não empolgaram: 7 gols em 29 jogos, numa das fases mais complicadas da equipe catalã.
De Jong, mesmo sem ser uma contratação bombástica, acabou virando o símbolo de uma época de vacas magras, em que o Barcelona tentava encontrar os gols que perdeu (e jamais recuperou) com a saída de Messi. Em seus piores momentos, o holandês chegou a ser vaiado no Camp Nou.
Entre os torcedores, havia a convicção de que ele "não servia" porque tinha um estilo bem diferente do que consagrou os melhores tempos do clube. De Jong era um cabeceador, um definidor de poucos toques na bola, um jogador sem muita habilidade — ou pelo menos, sem a habilidade necessária para entrar em campo vestido de azul e grená.
Um ano e meio depois de deixar Barcelona com uma mensagem de agradecimento que foi recebida com carinho pela torcida, De Jong deixou de ser um "bagre" para liderar o ataque da melhor campanha do futebol europeu: ele é o artilheiro do PSV Eindhoven, que soma 18 vitórias em 19 rodadas no Campeonato Holandês.
Neste sábado, às 16h (horário de Brasília), o líder invicto da liga visita o Ajax, na Johan Cruyff Arena. O clássico holandês será mais um desafio em uma temporada histórica para o PSV e para De Jong.
Superando estrelas
Aos 33 anos, na segunda temporada de volta ao clube onde mais se destacou, ele vive o melhor momento da carreira. São 25 gols marcados e 10 assistências em 31 partidas. De Jong já marcou 17 vezes no Campeonato Holandês, e ajudou o PSV a voltar às oitavas de final da Champions League, com 5 gols na fase de playoffs e dois na fase de grupos.
"A forma como ele ajuda o time, dentro e fora de campo, é impressionante. Ele é uma das peças mais importantes do time, não à toa é o nosso capitão. Tem um faro de gol absurdo, um cabeceio que nunca vi igual. Eu fico muito feliz por ele estar aqui com a gente", afirma o brasileiro André Ramalho, zagueiro do PSV e outro destaque da boa temporada do clube.
Os gols de cabeça são mesmo uma especialidade do centroavante, de 1,88m. Na atual temporada, ele já marcou 11 gols em jogadas de bola aérea, mais do que qualquer outro atacante nas ligas europeias.
O número de 35 participações diretas em gol também é digno de astros badalados de outros times da Champions League. De Jong supera, por exemplo, Erling Haaland, maior goleador da temporada 2022-23, participou de 24 gols do Manchester City na atual temporada (19 gols e 5 assistências).
Na comparação com Harry Kane, líder da disputa pela Chuteira de Ouro, os números são semelhantes: o inglês também tem 35 participações, com 28 gols e 7 assistências pelo Bayern de Munique. Kylian Mbappé supera o holandês por pouco: são 36 (29 gols e 7 assistências) em todos os jogos oficiais pelo PSG.
Já Robert Lewandowski, contratado pelo Barcelona após a saída de Luuk de Jong, tem números bem mais modestos: o polonês marcou 13 gols e deu 5 assistências na temporada até o momento.
Reportagem
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