Futebol pelo mundo

Futebol pelo mundo

Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Vingança à francesa: PSG dá troco no Barcelona 7 anos após maior humilhação

Foram sete anos de espera. Sete anos que pareceram muito mais. Mas o PSG, enfim, conseguiu sua "remontada" contra o Barcelona: transformou um pesadelo em goleada e conquistou uma vaga nas semifinais da Champions League.

Há 7 anos, em 8 de março de 2017, o clube francês sofreu a maior humilhação de sua história, caindo por 6 a 1 no Camp Nou, depois de vencer por 4 a 0 em Paris. Nesta terça-feira, os números foram menos impressionantes: vitória por 4 a 1 no Estádio Olímpico de Montjuic, depois de perder por 3 a 2 no Parc des Princes.

Mas, para o clube francês, a simbologia do resultado é importante. Naquela "remontada" de 2017, surgiu o objetivo de montar uma equipe que pudesse bater de frente com os melhores clubes da Europa e conquistar o inédito título da Champions.

Ousmane Dembélé comemora gol do PSG diante do Barcelona na Liga dos Campeões
Ousmane Dembélé comemora gol do PSG diante do Barcelona na Liga dos Campeões Imagem: Albert Gea/REUTERS

Nesta terça, sete anos, um Neymar, um Messi e dezenas de contratações depois, o PSG continua sem sua taça mais cobiçada. Mais do que isso, olha para o futuro sabendo que o castelo de cristal financiado pelo Qatar parece ter data de validade, conta os dias para dizer adeus a Kylian Mbappé.

Por isso, a vitória desta terça é emblemática: poderia ter sido o último jogo do astro francês no maior palco europeu com a camisa do clube. Não foi. Mbappé terá pelo menos mais duas partidas — as semifinais contra o Borussia Dortmund. Se voltar à final, terá a chance de se redimir da decisão de 2020, quando abusou as chances perdidas e viu o time cair diante do Bayern.

Mas o craque do PSG na noite fria de Montjuic não foi Mbappé (apesar dos dois gols marcados). No dia em que o camisa 7 enfrentava a hostilidade da torcida do Barcelona, diante de sua iminente contratação pelo Real Madrid, quem sofreu ainda mais foi Ousmane Dembelé, ex-jogador do time catalão, que foi vaiado a plenos pulmões.

O camisa 10 não apenas ignorou as vaias como foi o destaque da partida: fez o primeiro gol, sofreu o pênalti que deu origem ao terceiro e bagunçou a vida dos defensores rivais.

Kylian Mbappé comemora gol do PSG diante do Barcelona na Liga dos Campeões
Kylian Mbappé comemora gol do PSG diante do Barcelona na Liga dos Campeões Imagem: Juan Medina/REUTERS

No Barcelona, o único capaz de fazer algo semelhante nos duelos mano a mano era Lamine Yamal. Foi dos pés do adolescente de 16 anos que saiu a jogada do gol de Raphinha — o terceiro no mata-mata contra os franceses. Mas o jovem ponta acabou sacrificado após a expulsão de Ronald Araújo, por falta como último homem contra Barcola.

Continua após a publicidade

Ao tirar Yamal para recompor a defesa, Xavi desconstruiu o ataque. E aí, a frase "não é um jogo de treinadores", dita pelo catalão na véspera, deixou de valer. Porque Luis Enrique, o treinador vitorioso daquela "remontada" de 2017, estava do outro lado e sabia exatamente o que fazer.

O PSG asfixiou o Barcelona na reta final do primeiro tempo e durante grande parte do segundo, até marcar o terceiro gol. O time catalão ainda teve chances, mas esbarrou nos erros de finalização nas poucas chances que teve. Quando Kylian Mbappé marcou o quarto gol, a festa já era de um time classificado.

O Barcelona não reagiria. Porque o time da remontada, nesta terça-feira, falava francês.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes