Ouro no Rio-2016, lateral freia interesse do Flamengo e sonha com seleção
A conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, foi histórica para o futebol brasileiro. Afinal, era o título que faltava à seleção brasileira masculina, depois de três vices (1984, 1988 e 2012). A vitória nos pênaltis sobre a Alemanha, com a cobrança decisiva de Neymar, ficou na memória de torcedores e jogadores.
Douglas Santos, hoje com 30 anos, não se esquece daquela noite no Maracanã. Lateral esquerdo titular daquela equipe, ele hoje é capitão do Zenit, da Rússia, e ainda sonha com uma nova convocação. Desde então, nunca mais foi chamado.
"Eu fiz todos os jogos, dei muitas assistências, tive uma final muito consistente, tanto no ataque quanto na defesa. Pensei que no futuro poderia ter uma chance na seleção", afirma Douglas Santos.
"Passaram-se oito anos e eu nunca fui chamado, nem para uma pré-lista. Mas isso não me desmotivou. Pelo contrário, me deu motivação. Eu vim pra Rússia, venho sendo campeão, jogando bem, sendo melhor defensor do campeonato. Eu trabalho firme e forte para um dia voltar. Conto com essa oportunidade, sei que tenho potencial para estar lá", diz o lateral.
Posição aberta
A lateral esquerda é uma posição que ainda procura por um dono na seleção brasileira. Os primeiros convocados de Dorival Júnior foram Wendell, do Porto, e Ayrton Lucas, do Flamengo.
Desde a Copa do Mundo do Qatar, foram chamados também Alex Telles (que estava no Mundial), Renan Lodi, Caio Henrique, Guilherme Arana e Carlos Augusto. Nenhum deles conseguiu ter uma atuação que fechasse o debate sobre o titular no setor.
Carreira na Europa
Quando conquistou a medalha de ouro, Douglas era jogador do Atlético-MG. Dias depois do título olímpico, ele foi negociado com o Hamburgo. No tradicional clube alemão, passou três temporadas, sendo duas na Bundesliga e uma na segunda divisão.
Em 2019, o lateral chegou ao Zenit. No clube russo, ele já conquistou 9 títulos, sendo 4 de campeão russo.
Mas, desde 2022, o brasileiro tem uma frustração: não poder jogar a Champions League, devido a sanções impostas pela Uefa aos clubes russos, por causa da guerra contra a Ucrânia.
"Eu vim para cá pra poder jogar a Champions League. Ainda quero realizar o sonho de passar de fase, jogar umas quartas de final. É importante jogar a Champions League. Sei das condições do nosso clube hoje, mas a gente se prepara pensando na Champions. Seria muito importante pro clube voltar a jogar", afirma Douglas.
Interesse do Flamengo
O currículo de Douglas na Europa e as boas temporadas no Zenit já renderam sondagens de clubes brasileiros. Um deles foi o Flamengo, que procurou o empresário do lateral mais de uma vez nos últimos anos.
Mas, para Douglas, ainda não é a hora de voltar ao Brasil. "Eu acho que o momento ainda vai chegar, mas ainda não chegou. Meu ciclo na Europa ainda não se fechou", afirma o campeão olímpico de 2016.
Reportagem
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