Campeão no México, Jardine mira Super Mundial e entra no radar de seleção
Campeão olímpico com a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio, André Jardine é o nome do momento no futebol mexicano. Campeão do Torneo Apertura da Liga MX com o América, ele também é líder do Clausura, a uma rodada do início da fase eliminatória. O sucesso já tem suas consequências: o ex-treinador do São Paulo está no radar da federação mexicana para uma eventual mudança de rumos no comando do selecionado nacional.
Nos bastidores, o brasileiro, de 44 anos, é considerado um forte candidato a assumir a seleção local. O técnico Jaime Lozano está balançando, mas deve ser mantido pelo menos até a Copa América. Mas um desempenho abaixo das expectativas tornará a situação do treinador insustentável. É aí que entra o nome de Jardine. O maior entrave, por enquanto, é a multa rescisória de 15 milhões de reais. Jardine tem contrato com o América até junho de 2025.
Com o atual técnico, os mexicanos conquistaram a Copa Ouro de 2023. Desde então, a seleção teve campanha instável. No mês passado, perdeu para os Estados Unidos (2 a 0) na final da Liga das Nações da Concacaf.
A derrota para os estadunidenses colocou o trabalho do técnico em xeque, mas a federação decidiu mantê-lo no cargo. Até a Copa América, a seleção mexicana fará amistosos contra Bolívia, Uruguai e Brasil. A estreia no torneio continental será em 23 de junho, contra a Jamaica — Venezuela e Equador completam o grupo.
A presença de Jardine na lista de candidatos à seleção mexicana não surpreende. O treinador campeão olímpico com a seleção brasileira na Olimpíada de Tóquio tem uma carreira sólida no futebol do país. Em dezembro de 2023, o brasileiro levou o América ao título do torneio Apertura do Campeonato Mexicano. Na temporada anterior, já tinha feito um trabalho elogiado no modesto Atlético San Luis.
A pessoas próximas, Jardine afirma que ainda não pensa na possibilidade de treinar a seleção, já que tem contrato com o América. O treinador já disse que pretende fazer história no clube da capital. O título de 2023 foi o primeiro do clube em cinco anos - o último havia sido no Apertura de 2018.
Super Mundial, a obsessão
Fazer história no América passaria, além dos títulos mexicanos, por conquistar uma vaga no Super Mundial de Clubes, que será realizado em 2025, nos Estados Unidos. O clube dirigido por Jardine está na briga por uma vaga no maior torneio interclubes da história.
Nesta quarta, às 23h15 (horário de Brasília), o América enfrenta o Pachuca, também do México, pelo jogo de ida das semifinais da Concacaf Champions League, torneio equivalente à Libertadores para clubes da América Central, América do Norte e Caribe. O vencedor do torneio se classificará para o "Super Mundial".
A pessoas próximas, Jardine já disse que a possibilidade de enfrentar os maiores clubes do mundo é uma das grandes motivações à frente do América atualmente.
Brasileiros no México
A relação dos treinadores brasileiros com o futebol mexicano é antiga. Foi no país que Muricy Ramalho começou a carreira no banco de reservas, comandando o Puebla, em 1993.
Também na década de 1990, Ricardo "Tuca" Ferretti deu início à mais longa e vencedora carreira de um treinador brasileiro no exterior: são mais de 30 anos no país, com 7 títulos da liga nacional e passagens até mesmo pela seleção do país, como interino, em 2015 e 2018.
Atualmente, além de Jardine, há dois brasileiros trabalhando na Liga MX: Gustavo Leal, que comanda o Atlético de San Luís, e Maurício Barbieri, à frente do Juárez.
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