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Na contramão da Copa, Euro consagra escanteio curto e chutes de longe

A cada edição da Eurocopa a polêmica ressurge (quase sempre apenas na Europa): afinal, o torneio organizado pela Uefa é melhor tecnicamente do que a Copa do Mundo? Parte da imprensa europeia diz que sim; o resto do planeta afirma que não.

A primeira rodada da Euro-2024 não responde à pergunta, mas mostra algo ainda mais importante: as duas competições têm mostrado características de jogo bem diferentes, com mesmo com uma diferença de apenas 1 ano e meio entre ambas.

A primeira, e que mais chama a atenção, é a quantidade de gols em chutes de longa distância. A primeira rodada da fase de grupos da Eurocopa teve 12 partidas, com 11 gols marcados de fora da área — 32% dos 34 gols da competição.

A comparação com a Copa do Mundo de 2022 mostra quase um outro esporte: no Qatar, as 16 partidas da primeira rodada não tiveram um único gol marcado de fora da área.

O primeiro gol em chute de longa distância só aconteceu na abertura da segunda rodada, quando Cheshmi abriu o placar para o Irã nos 2 a 0 sobre o País de Gales, já nos acréscimos.

No caso da Eurocopa, o número já aumentou na quarta-feira (19), com os três primeiros jogos da segunda rodada da fase inicial. O gol de Shaqiri diante da Escócia foi o 12º marcado de fora da área na competição.

O número é totalmente fora da curva: o recorde de gols marcados de fora da área no torneio é 19, de 2020 — porém, o número foi atingido em 51 partidas.

Para além da frieza dos dados, a dinâmica de mais chutes precisos de fora da área tem brindado o público com golaços como o do turco Arda Guller, no movimentado Turquia 3 x 1 Geórgia, ou o do romeno Nicolae Stanciu, abrindo o placar nos 3 a 0 diante da Ucrânia.

Dani Carvajal celebra gol com Álvaro Morata na estreia da Espanha na Eurocopa
Dani Carvajal celebra gol com Álvaro Morata na estreia da Espanha na Eurocopa Imagem: JOHN MACDOUGALL / AFP

Escanteio curto como recurso

Outra jogada que tem se mostrado efetiva no torneio disputado na Alemanha é a cobrança de escanteio curto. Odiada por muitos, a tática já ajudou três seleções a marcarem no campeonato Europeu.

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Foi num escanteio curto que a Carvajal marcou o histórico terceiro gol da Espanha nos 3 a 0 contra a Croácia — a assistência de Lamine Yamal fez do ponta o mais jovem a dar um passe para gol no Europeu.

A Itália também usou uma jogada de escanteio curto para marcar o gol de empate contra a Albânia, com o zagueiro Bastoni; a partida acabou com vitória italiana por 2 a 1.

Quem também se beneficiou da tática foi a Romênia: na vitória diante da Ucrânia, Dennis Man recebeu passe na cobrança do escanteio, conduziu para a área e encontrou Denis Dragus livre para marcar.

A lista poderia ser ainda maior, mas um gol de Lukaku — também após cobrança de escanteio curto — foi anulado por impedimento, na derrota dos belgas para a Eslováquia por 1 a 0.

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