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ReportagemEsporte

Caos financeiro no Barcelona deixa reforço de R$ 360 mi sem poder jogar

Sentado nas arquibancadas do Estádio Olímpico de Montjuic, casa provisória do Barcelona, o meio-campista Dani Olmo vestia um uniforme de viagem do clube. A cena se justificava: ele foi para o estádio sem saber se poderia enfrentar o Athletic Club, pela segunda rodada do campeonato espanhol.

Olmo chegou a ser relacionado para o duelo pelo técnico Hansi Flick, com um asterisco ao lado de seu nome: "falta ser inscrito em La Liga". Minutos antes do início do duelo — vencido pelo Barcelona por 2 a 1 — o jogador soube que não poderia entrar em campo.

O caso de Olmo é mais um na coletânea de desajustes financeiros da equipe catalã nos últimos anos. Contratado por 60 milhões de euros (R$ 360 milhões) ao RB Leipzig, da Alemanha, ele ainda não foi inscrito para disputar partidas do Campeonato Espanhol, por problemas no teto de gastos salariais do Barcelona.

De forma resumida, a Liga estabelece uma relação entre a receita dos clubes e a quantidade que eles podem pagar de salários a seus jogadores. O Barcelona tem problemas com o teto salarial há três anos — em 2021, a saída de Messi aconteceu, entre outros fatores, por causa disso.

Para ajustar o teto salarial, o clube catalão precisa aumentar a receita e reduzir os gastos com salários.

A primeira parte pode ser feita vendendo jogadores e outros ativos. A diretoria do clube tinha como principal objetivo fazer uma venda de grandes proporções antes do início da temporada: Frenkie de Jong, Raphinha e Ronald Araújo eram os mais cotados para sair; por diferentes fatores, nenhum negócio foi concretizado.

Nos últimos dias, o Barcelona até vendeu jogadores de menor expressão (como o atacante Marc Guiu, que foi para o Chelsea), mas as saídas não tiveram grande impacto no aumento de receita.

A redação da folha salarial é outro objetivo: as saídas de Ilkay Gundogan e João Félix — ambos de volta para Manchester City e Chelsea — ajudaram a cortar gastos, mas ainda é necessário enxugar mais. O clube não divulga números, mas há otimismo quanto ao ajuste durante a semana.

Nos próximos dias, a expectativa é de vender outros ativos, como participações em projetos do Barça Studios, e conseguir equilibrar a balança com novos empréstimos e saídas de jogadores; em último caso, diretores do clube poderiam se apresentar como avalistas, colocando propriedades que tenham como garantia.

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Nas duas últimas temporadas, o Barcelona sofreu até o fim do prazo para inscrever seus jogadores. Em 2022-23, o defensor Jules Koundé esperou mais de um mês entre ser contratado ao Sevilla e ter sua inscrição homologada. Na temporada passada, foi a vez de João Félix, João Cancelo e Iñigo Martínez esperarem o ajuste financeiro do clube.

No caso de Olmo, a corrida contra o tempo se repete: o limite para inscrições em La Liga é sexta-feira, 30 de agosto. Na terça (27), o Barcelona enfrentará o Rayo Vallecano, pela terceira rodada de La Liga.

Caso não consiga ajustar a balança de receita e gastos salariais e fique sem inscrever Olmo nesta semana, o Barcelona só poderá contar com seu reforço mais caro no Campeonato Espanhol a partir de janeiro.

Reportagem

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