Izquierdo fez pausa na carreira para trabalhar como pedreiro junto ao pai
O defensor Juan Izquierdo, que morreu na noite de terça-feira (27), aos 27 anos, era reconhecido e elogiado pelos colegas pela humildade fora de campo. Um dos exemplos mais conhecidos no Uruguai aconteceu quando ele estava nas categorias de base do Liverpool, de Montevidéu.
Sem muitas oportunidades na equipe, o jovem Izquierdo, então com 17 anos, deixou o futebol para trabalhar como servente de pedreiro, ao lado do pai. Em entrevistas, o jogador afirmava que foi uma época marcante para dar valor ao esforço e estreitar os vínculos familiares.
"Eu fiz aquilo, mais do que qualquer coisa, para ficar perto dele e falar sobre a vida. Esses pequenos gestos me ensinaram muito e quero passar isso para minhas filhas", disse Izquierdo em entrevista recente ao El País, do Uruguai.
Durante o período, que durou meses, Izquierdo limpava obras, e ajudava o pai a fazer acabamentos em banheiros e cozinhas, enquanto pensava se queria tentar outra vez jogar futebol. Ele decidiu retornar: foi jogar no Cerro, onde estreou como profissional em 2018.
O jogador deixou duas filhas, uma de dois anos e outra nascida há apenas 11 dias.
Colega de quarto se emociona
O zagueiro Mateo Antoni, que dividia quarto com Izquierdo nas viagens e concentrações, falou sobre a conexão do colega com a família em uma publicação no Instagram.
"Outro dia nos levantamos antes das 11h e antes mesmo de tomarmos o café da manhã você fez uma videochamada com sua esposa e sua filha linda. E em todas as nossas conversas você dizia que todo o seu esforço era por elas", escreveu.
"O que vou levar para sempre na vida é que vou cuidar de você, e você sempre vai cuidar de mim. No último jogo, antes de irmos juntos para o estádio, você disse "tranquilo, colega, nós somos irmãos". Como não vou ser seu irmão, se é graças a você que eu me tornei quem eu sou? Vou sentir sua falta para sempre, querido amigo", concluiu Antoni.
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