Mudança de treinador ajuda Raphinha a ir de criticado a ídolo no Barcelona
O Barcelona passou quase em branco pelo mercado de transferências, mas a torcida do clube catalão tem celebrado um novo ídolo. Esse ídolo não é Dani Olmo, a única contratação da janela, mas um jogador que já estava no elenco.
Em sua terceira temporada com a camisa azul e grená, Raphinha finalmente conquistou torcedores e imprensa na Catalunha. Os três gols marcados contra o Valladolid, na goleada por 7 a 0, no sábado, foram o prêmio para um início de temporada avassalador. Nas três partidas anteriores, mesmo sem marcar, ele já tinha sido decisivo.
Contratado em 2022, o brasileiro não foi mal nas duas primeiras temporadas pelo clube: ele foi importante na conquista do título da Liga em 2022-23 e, nos jogos mais duros da Champions League de 2023-24, também se destacou.
Só que, para conquistar a exigente torcida catalã, era preciso mais. Nas quatro primeiras partidas da temporada 2024-25, Raphinha conseguiu virar o jogo.
"Os 30 minutos que faltavam"
A tentação, quando um jogador sobe tanto de nível entre uma temporada e outra, é procurar alguma mudança que explique o fenômeno. No caso de Raphinha, não é preciso procurar dieta, terapia ou hábito pessoal diferente. A mudança, segundo pessoas próximas ao jogador, tem nome e sobrenome: Hansi Flick, o técnico que substituiu Xavi Hernández nesta temporada.
"A grande mudança é o treinador. Agora, ele joga os 30 minutos que faltavam", afirma uma pessoa próxima ao brasileiro.
Os tais 30 minutos são uma referência ao fato de, habitualmente, Raphinha ser substituído no segundo tempo dos jogos do Barcelona na gestão de Xavi. Nesta edição de La Liga, ele ficou em campo em todos os minutos das quatro primeiras rodadas — algo que nunca havia acontecido em duas temporadas com o ex-treinador.
Mais treinos e mais liberdade
Raphinha é uma peça importante para o estilo de jogo de Flick, que prevê uma pressão intensa sobre o adversário e a tentativa de recuperar a bola logo depois de perdê-la.
Ter um jogador ofensivo que saiba defender é algo que os treinadores valorizam. Foi o que fizeram, na seleção, Tite, Fernando Diniz e Dorival Júnior.
O potencial defensivo de Raphinha tem sido intensificado com o novo sistema de treinos do Barcelona. Entre os jogadores, havia a avaliação que, com Xavi, trabalhava-se pouco, principalmente na parte física. Com Flick, o elenco faz duas sessões diárias, e há atividades até mesmo nos dias dos jogos, algo que não acontecia em trabalhos anteriores.
A faceta ofensiva do brasileiro também foi potencializada por Flick. Ponta-direita de origem, Raphinha teria a concorrência de Lamine Yamal, principal revelação do Barcelona nos últimos anos, no setor.
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Quero receberO treinador alemão deu um jeito de escalar ambos e ainda encaixar Dani Olmo no time, dando liberdade ao brasileiro. Nas três primeiras rodadas, Raphinha atuou como um camisa 10, começando no meio, mas podendo cair pelas pontas; na goleada sobre o Valladolid, foi um falso ponta-esquerda, movendo-se por onde quis no campo de ataque.
Fora da seleção
Em sua melhor fase, Raphinha não poderá ajudar a seleção brasileira nos duelos contra Equador e Paraguai, nos próximos dias 6 e 10 de setembro, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
O jogador está suspenso para o primeiro confronto, diante dos equatorianos — ele recebeu o terceiro cartão amarelo no duelo contra a Argentina, em novembro de 2023. Por isso, Dorival Júnior preferiu não convocá-lo para disputar apenas uma partida.
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