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Endrick adota estilo Bobby Charlton e 'some' da mídia após estreia no Real

A idolatria de Endrick pelo ex-jogador inglês Bobby Charlton primeiro causou curiosidade, depois virou piada na internet, e até transformou-se em apelido no Real Madrid e na seleção.

Mas existe um lugar em que fã e ídolo se encontram: desde que chegou ao clube espanhol, Endrick tem adotado uma postura mais reservada. Ele tem falado pouco, aparecido menos ainda, e não parece fazer questão alguma de estar no centro das atenções fora de campo.

Uma forma discreta de agir que lembra — vejam só — a imagem construída por Bobby Charlton ao longo da carreira.

O inglês, campeão da Copa do Mundo de 1966 e ídolo do Manchester United, foi definido pelo New York Times como "ordinário e extraordinário", no texto homenagem após sua morte, em outubro do ano passado.

Brian Kidd, companheiro de Charlton na seleção e ex-assistente técnico de Pep Guardiola no Manchester City, definiu o amigo como "modesto e humilde". "Ele nunca era de falar muito. O futebol falava por ele", disse, em entrevista ao The National.

Sir Alex Ferguson, treinador escocês que mudou a história do Manchester United, foi na mesma linha ao tentar definir o amigo. "O maior atributo de Bobby era a capacidade de manter a humildade e os pés no chão durante a vida inteira", disse.

Bobby Charlton, ídolo de Endrick, foi campeão mundial pela Inglaterra
Bobby Charlton, ídolo de Endrick, foi campeão mundial pela Inglaterra Imagem: Ted Aljibe/AFP Photo

Oi, Bobby, tá sumido?

Desde que estreou no Real Madrid, Endrick adotou uma postura mais discreta, tanto no trato com a mídia quanto nas redes sociais.

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Se em outras convocações da seleção brasileira ele era o centro das atenções — e o principal assunto das entrevistas coletivas —, agora a situação mudou. Endrick não deu entrevistas exclusivas, não foi escalado para as coletivas e não se manifestou sobre a situação atual no Real Madrid, onde ainda não teve uma chance como titular.

Endrick, do Real Madrid, em jogo contra o Valladolid pelo Espanhol
Endrick, do Real Madrid, em jogo contra o Valladolid pelo Espanhol Imagem: Angel Martinez/Getty Images

Os holofotes, nesta Data Fifa, foram para Estêvão, ex-companheiro de Palmeiras, que é o novato da vez: o ponta deu entrevista coletiva e até estreou contra o Equador, entrando aos 17 minutos do segundo tempo na vitória por 1 a 0.

Desde que chegou à capital espanhola, ele tem sido mais assunto pelos olhos dos companheiros. A admiração por Bobby Charlton virou piada e os companheiros entraram na onda. Jude Bellingham, único inglês do elenco, comentou "Vamos Bobby" na publicação de Endrick com a taça da Supercopa da Europa.

Nos vestiários do clube madrilenho, o apelido pegou. Na seleção, também. Um vídeo distribuído pela CBF mostra Lucas Paquetá e Vini Jr. brincando com o atacante antes de um treino.

Contra o Paraguai, Endrick poderá falar jogando, como Bobby Charlton: ele foi testado como titular e deve ser escalado para enfrentar o Paraguai, ao lado de dois companheiros de clube: Vini Jr. e Rodrygo.

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Carta do Bobby Charlton no EAFC (ex Fifa)
Carta do Bobby Charlton no EAFC (ex Fifa) Imagem: Reprodução/EAFC

De onde vem a idolatria?

A relação de idolatria de Endrick com Bobby Charlton virou notícia quando o brasileiro marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra, em Wembley, num amistoso em março deste ano. Ele citou o ídolo inglês após a partida.

"Sou um fã do Bobby Charlton, ele é um cara que jogou bastante aqui nesse estádio. Poder jogar e marcar num estádio onde ele fez bastante gols é muito importante pra mim", disse Endrick.

Mas, se Charlton parou de jogar em 1973 e Endrick nasceu em 2006, o que une os dois?

Há duas respostas: o jogo EAFC (antigo Fifa) e o Youtube. Endrick conheceu Charlton por causa do jogo — ele é um dos Ícones, do modo "Ultimate Team" —, gostou do que viu e começou a procurar vídeos na internet.

"O Bobby Charlton no jogo é muito bom, muito ágil. Tem quatro estrelas de drible e cinco de perna ruim: isso te possibilita realizar 90% dos dribles do jogo e finalizar bem com os dois pés", explica Wendell Lira, ganhador do Prêmio Puskas em 2015 e jogador profissional de futebol virtual.

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