Sem Vini Jr., Dorival deve transformar Real Madrid em Barcelona na seleção
O corte de Vini Jr. deve fazer a seleção brasileira mudar o seu ataque de forma curiosa para as duas partidas desta Data Fifa: o que antes era um trio do Real Madrid passará a ser uma tentativa de replicar o sistema do Barcelona.
Principal jogador brasileiro da atualidade e candidato à Bola de Ouro, Vini Jr. sofreu uma lesão cervical na vitória sobre o Villarreal, no sábado. Com prazo de recuperação estimado em duas semanas, ele está fora dos duelos contra Chile e Peru, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, nos dias 10 e 15 de outubro.
Sem Vini, cai por terra a ideia de levar para a seleção o trio de atacantes do Real Madrid, com o camisa 7 ao lado de Rodrygo e Endrick.
Diante da ausência, a tendência é que Dorival Jr. parta para outro caminho: colocar Rodrygo na ponta esquerda, sua posição de origem, com liberdade para mover-se em busca de espaços. Raphinha, então, ocuparia a posição de meia-armador, também mais solto, como tem feito no Barcelona.
Na ponta direita, a ideia é ter um jogador que guarde posição — Savinho é o favorito. Endrick é o principal candidato a ser o centroavante.
A formação com um ponta mais livre e um meia que também pode jogar flutuando pelo ataque é parte fundamental do esquema do técnico Hansi Flick no Barcelona.
O clube catalão é líder da Liga Espanhola com 24 pontos (8 vitórias e uma derrota) com Raphinha atuando como um falso ponta-esquerda, com liberdade de movimentos; Dani Olmo, antes da lesão, partia como meia, mas o desenho tático era fluído: os dois tinham como instrução encontrar espaços na defesa rival.
A comissão técnica da seleção tem assistido — e gostado — de Raphinha nessa nova função. Na entrevista coletiva após a convocação, Dorival mencionou a possibilidade de seguir a ideia de Flick. "O Raphinha tem jogado numa função que nos dá a possibilidade de ter um homem de meio a mais", avaliou o treinador.
No Barcelona, a ponta-direita, posição de origem de Raphinha e onde ele joga na seleção, é ocupada por Lamine Yamal, um jovem que parte para cima e não foge do 1 contra 1; Savinho tem um perfil parecido.
A ideia de ter Rodrygo pela esquerda também agrada, porque é a posição em que o ex-jogador do Santos se sente mais à vontade. No Real Madrid, ele tem a concorrência de Vini.
Na seleção, o duelo seria com Gabriel Martinelli, mas a ausência do jogador do Arsenal nas últimas convocações mostra que ele parte atrás na disputa.
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