Pior seleção do mundo pode chegar à Copa-26 com apenas 2 jogos e sem vencer

Com isso, a seleção samarinesa se beneficia do novo regulamento das Eliminatórias da Uefa e ganha a chance de pegar um atalho enorme para a Copa do Mundo.

Mas como isso é possível? Vamos tentar resumir.

A Europa tem 16 vagas na Copa-2026, e as Eliminatórias têm 54 equipes inscritas. Elas serão divididas em 12 grupos, a metade deles com cinco seleções, e a outra metade com quatro. Os vencedores de todos os grupos garantem as 12 vagas diretas no Mundial.

As vagas restantes serão definidas em quatro repescagens, com quatro participantes em cada uma delas. O formato dos minitorneios é simples: são duas semifinais, e as equipes vencedoras disputam uma final. Quem vencer, estará na Copa.

Essa fase de repescagem terá os 12 segundos colocados da fase de grupos, mais os melhores vencedores de grupos da Liga das Nações que não tenham sido primeiros ou segundos em suas chaves nas Eliminatórias.

É aqui que pinta a chance de San Marino pegar o "atalho".

A seleção é a 12ª (e última) na lista de vencedoras de grupos da Liga das Nações. O ranking tem, pela ordem: Espanha, Alemanha, Portugal, França, Inglaterra, Noruega, País de Gales, República Tcheca, Romênia, Suécia, Macedônia do Norte, Irlanda do Norte, Moldávia e San Marino.

Se oito ou mais seleções desta lista ficarem em primeiro ou segundo lugares de seus grupos das Eliminatórias, San Marino teria uma vaga na repescagem.

A classificação não tem qualquer relação com a campanha das Eliminatórias: San Marino pode perder todos os seus jogos (o que aconteceu com certa frequência nos últimos anos) e ainda assim estaria na briga por uma vaga de repescagem, dependendo dos resultados dos demais times da lista.

Quase tão incrível quanto a pior seleção do mundo poder estar a dois jogos de uma Copa é a forma como isso pode acontecer. Como as semifinais e a final da repescagem são disputadas em jogo único, San Marino nem precisaria vencer: bastariam dois empates no tempo regulamentar e prorrogação, seguidos por duas vitórias nos pênaltis.

Falando assim, parece uma tarefa simples. Só que, até as duas vitórias contra Liechtenstein neste ano, a equipe samarinesa havia passado 20 anos sem vencer — em 2004, havia derrotado o mesmo adversário em amistoso. E essas são as três vitórias em mais de 200 jogos da seleção do micropaís, de apenas 33 mil habitantes.