Barcelona faz 125 anos: quem é o maior brasileiro da história do clube?
O Barcelona completa 125 anos nesta sexta-feira (29). Foi em 29 de novembro de 1899 que 12 homens se reuniram na capital catalã, atendendo a um anúncio publicado pelo suíço Hans Max Gamper-Haessig na revista Los Deportes.
Hans Max entrou para a história como Joan Gamper; dentre aqueles pioneiros, estavam o também suíço Walter Wild, que viria a ser o primeiro presidente do clube e o catalão Bartomeu Terradas, que seria seu sucessor no cargo.
O clube, conhecido em seus primórdios pela forte presença de jogadores estrangeiros, tornou-se ao longo dos anos um destino fundamental para alguns dos principais jogadores brasileiros da história.
Desde o meio-campista Fausto, em 1931, até Vitor Roque, que chegou no início de 2024, o Brasil viu os caminhos de seu futebol se cruzarem muitas vezes com os do clube catalão.
E, nesta data tão simbólica para o Barcelona, uma pergunta persiste: quem foi o maior jogador brasileiro da história do clube azul e grená?
Para tentar encontrar uma resposta, a coluna formou um júri de respeito, com dez jornalistas que já nasceram mergulhados no dia a dia do Barcelona, que conhecem muito bem a história, as regras não escritas, a mentalidade e a alma do torcedor culé.
O júri foi escalado com Ramon Besa (El País), Toni Padilla (Ara), Roger Xuriach (Panenka), Laia Bonals (El Periódico), Sergio V. Jodar (Relevo), Danae Boronat (TVE), Joan Barau (Mediapro), Jaume Marcet (Sport), Albert Martín (La Caverna Azulgrana) e Albert Valor (Opta).
A regra é clara: cada convidado deveria escolher cinco jogadores, colocá-los em ordem e explicar cada escolha. Para fazer um ranking final, cada menção em primeiro lugar vale 5 pontos; o segundo lugar vale 4, e assim até o quinto, que dá 1 ponto.
Ao todo, 9 jogadores foram citados. A lista abaixo vai do nono ao primeiro, com algumas das explicações dos jurados:
8º lugar - Raphinha (2022-atual), 1 ponto
Laia Bonals: "Principalmente pelo que fez nas últimas temporadas. Além do futebol, seu carisma e liderança no vestiário o colocam nesta lista. Ele tem aura".
8º lugar - Belletti (2004-2007), 1 ponto
Albert Martín: "É o herói da segunda Champions do Barça. Ele só tinha um gol até então, e era um gol contra. Quando marcou aquele gol na final de 2006 e comemorou debaixo de chuva, ganhou um lugar especial para os culés".
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Quero receber7º lugar - Evaristo de Macedo (1957-1962), 4 pontos
Toni Padilla: "Evaristo marcou o gol que eliminou o Real Madrid pela primeira vez de uma Copa dos Campeões. Ele foi um herói durante 5 anos, em um time que precisava de heróis".
Jaume Marcet: "Nos anos 1950 ele foi um grande goleador e é justo colocá-lo na lista, para lembrar de seu legado e daquela época do clube".
6º lugar - Daniel Alves (2008-2016, 2021-2022), 12 pontos
Sérgio V. Jodar: "Sua carreira está marcada pelo episódio de agressão sexual. Se pensarmos só no que fez dentro de campo, é o melhor lateral-direito da história do clube e foi um parceiro incrível de Messi".
5º lugar - Ronaldo (1996-1997), 13 pontos
Roger Xuriach: "Foi apenas um ano, mas que ano incrível. Não me lembro de um jogador tão superior aos demais em campo. Eram corridas, dribles e gols que pareciam de mentira. Toda vez que vejo vídeos daquela temporada eu me belisco para ver se é mesmo verdade."
Danae Boronat: "O gol contra o Compostela e a reação de Bob Robson são icônicos. Nunca chorei tanto pela saída de um jogador do Barcelona. O impacto foi brutal".
Albert Valor: "Estaria mais acima se tivesse ficado mais tempo. O que Ronaldo fez na temporada 1996-97 é o mais próximo que alguém chegou ao nível de Messi com a camisa do Barça".
4ª lugar - Neymar (2013-2017), 18 pontos
Albert Martín: "Neymar foi tão bom, era esteticamente tão incrível que às vezes superava Messi, superava Ronaldinho. Foram anos incríveis, ele era o ponta perfeito para o Barça".
Toni Padilla: "Os melhores anos da carreira dele foram no Barcelona: a final da Champions em Berlim, a remontada contra o PSG. Foi o companheiro perfeito de Messi".
Laia Bonals: "Sem dúvidas o trio com Messi e Suárez tornou Neymar ainda maior, mas o seu talento e capacidade de driblar eram excepcionais. Outro espetáculo".
Sergio V. Jodar: "Por qualidade técnica, o melhor brasileiro e um dos melhores em geral da história do clube. É uma pena que tenha ido embora tão cedo; sempre vamos pensar o que poderia ser caso ficasse mais tempo, principalmente no pós-Messi".
3º lugar - Rivaldo (1997-2002), 27 pontos
Ramon Besa: "Era o artilheiro triste. Ele não parava de fazer gols e muitas pessoas o tratavam como um jogador normal. Mas é um jogador fundamental para entender a história do Barça"
Roger Xuriach: "Foi o líder silencioso da resistência de um Barça que ganhou pouco. Sua fidelidade e regularidade em uma época tão difícil fazem dele um dos grandes da história".
Danae Boronat: "Salvou o Barça da mediocridade com seu talento, de forma discreta. O gol de bicicleta contra o Valencia, que classifica o time para a Champions, é o mais difícil e plástico que vi".
Albert Martín: "Ser o melhor em um time que ganha é maravilhoso; mas ser o melhor em um time que perde é heroico. Nos anos mais duros do barcelonismo, ele foi o jogador que levou o clube nas costas".
2º lugar - Romário (1993-1995), 31 pontos
Albert Martín: "O brasileiro da minha vida. Foi só um ano e meio, mas com uma qualidade tão descomunal que nos deixava com a boca aberta. Na escola, todos queríamos ser Romário."
Toni Padilla: "Romário trouxe o melhor do Brasil para Barcelona. E fez isso em um time maravilhoso. Teve lances espetaculares, como a 'cola de vaca' contra o Real Madrid.
Ramon Besa: "Romário foi como um amor de verão: sabíamos que não duraria muito, mas era uma das melhores coisas de nossas vidas."
Albert Valor: "O sonho de uma noite de verão. Um pecador mundano. Durou pouco, mas deixou uma marca eterna".
1º lugar - Ronaldinho (2003-2008), 43 pontos
Toni Padilla: "Ele iniciou uma mudança de mentalidade. Foi a volta da alegria, a volta do otimismo. A peça-chave para dar início a um novo Barça".
Danae Boronat: "Os aplausos no Bernabéu dizem tudo. Foi o brasileiro mais amado, de forma unânime".
Joan Barau: "Ronaldinho foi a luz que tirou o Barcelona das trevas".
Roger Xuriach: "Ronaldinho tira o Barcelona do poço, depois de cinco anos sem ganhar nada. Ele muda a história, faz o clube renascer."
Laia Bonals: "A alegria de Ronaldinho mudou o Barcelona. Ele tinha uma magia que hipnotizava, fazia tudo parecer fácil".
Ramon Besa: "O Barcelona era um clube depressivo, afundado, sem direção. Ronaldinho chegou com aquele sorriso e mudou tudo".
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