O dia em que uma indígena e uma negra venceram a Alemanha na Copa do Mundo
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POR HUMBERTO MIRANDA*
Hoje, uma felicidade genuína nos invadiu.
A Seleção Colombiana feminina deu um banho de bola, competição, determinação, inteligência e talento.
Comandada por uma indígena guerreira, Mayra Ramírez, e uma menina negra super talentosa de 18 anos, Linda Caicedo, a Seleção Colombiana foi um verdadeiro time contra a fortíssima Alemanha.
Como sentia falta de ver isso nos times sul-americanos.
A mídia brasileira, como sempre, vai dizer que a Seleção Alemã não vinha de uma temporada boa etc. etc. como se isso justificasse a derrota de hoje.
Eu estou cansado desse tipo de abordagem que só olha pra o lado que interessa narrar, até porque não consegue superar a mentalidade colonizada.
O jogo é jogado e as duas seleções fizeram um jogaço.
O melhor de ver até aqui, porque a Colômbia mostrou a autodeterminação de nosso futebol com enorme qualidade e competência.
Registre-se. A Colômbia estava com os deuses do futebol a seu lado.
Toma o gol de empate já quase no finzinho do tempo regulamentar numa jogada sensacional de troca de passes que resultou em pênalti.
A Colômbia podia ter sentido, mas as meninas estavam concentradas e muito determinadas a vencer.
As meninas colombianas foram ousadas e, numa última jogada de Ramírez, conseguiram o escanteio que resultou no gol da vitória.
Gol de cabeça, diga-se.
Foi emocionante e arrepiante a conexão entre as jogadoras em campo e a torcida na arquibancada.
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Quero receberCoisa de que os brasileiros estão muito carentes.
Incrível. Senti o orgulho que não tive ontem, quando o Brasil demonstrou uma fragilidade física e emocional decepcionantes.
Os jornais europeus (menos os brasileiros...) poderão estampar na capa: o dia em que uma indígena e uma negra venceram a Alemanha na Copa.
Que jogo!
*Humberto Miranda é professor de Economia na UNICAMP.
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