No ar do esporte, mais que aviões de carreira
O deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), por desinformação, malícia ou pretensão, apresentou emenda pelega à Medida Provisória que visa fiscalizar os recursos públicos destinados às entidades esportivas.
Diz ele que o faz em nome da autonomia das entidades, talvez por ignorar a decisão do STF que repeliu autonomia como sinônimo de soberania.
O que a MP busca é evitar as velhas práticas que condenaram ao ostracismo, por descuido com recursos públicos, o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro Carlos Nuzman, e tantos outros cartolas que presidiram as confederações de natação, vôlei, judô etc.
Para surpresa de ninguém, já aparecem, também, pretendentes frustrados à presidência do COB para esgrimirem com ameaças de exclusão do Brasil das Olimpíadas.
Lembram Ricardo Teixeira —- outro de triste memória, mas que, ao menos, não manipulava dinheiro público exatamente para não ser fiscalizado na CBF, lição aprendida com o chefão João Havelange —, que a cada medida legal sobre futebol no Brasil dizia que a FIFA expulsaria o país das Copas do Mundo.
Mas que país é este em que deputado socialista é contra o aumento do rigor na fiscalização?
A explicação deve estar no fato de que Felipe Carreras é aliado de Arthur Lira, o presidente da Câmara dos Deputados que representa o Centrão, que quer o lugar de Ana Moser no ministério do Esporte.
Razão tinha o velho Barão de Itararé ao dizer que havia no ar mais que aviões de carreira.
Opinião
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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