Juca Kfouri

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Botafogo 1, Flamengo 2: a Premier League assinaria

Antes de mais nada: a Premier League assinaria embaixo a qualidade do que acabou de acontecer no Nilton Santos.

Botafogo e Flamengo fizeram clássico para torcedor nenhum no mundo inteiro botar defeito.

E que o gramado artificial ajuda, ajuda.

Tiquinho Soares voltou, mais cedo do esperado, e Gabigol ficou no banco.

Marlon, antes dos dois minutos, preocupado com Bruno Henrique às suas costas, estufou a rede alvinegra, em cruzamento rasteiro de Wesley pela direita: 1 a 0 contra.

O estádio, em noite de show da torcida do Glorioso antes do pontapé inicial, não calou. Ao contrário.

Havia o aproveitamento de 100% para defender e dar confiança.

Sob a batuta de Gabriel Pires, o Botafogo foi à luta e martelou, acuou o Flamengo, até que Tiquinho recebeu no peito o cruzamento de Pires pela esquerda, usou o corpo para proteger o rebote depois de tentar a virada, a bola acabou nos pés de Victor Sá e o camisa 7 soltou petardo para empatar 1 a 1.

O jogo não parava um segundo, lá e cá e, perto do fim, Tiquinho ia fazendo mais um gol quando, na linha fatal, Fabrício Bruno salvou.

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A resposta não demorou com um tirambaço do infernal Bruno Henrique, para defesa espetacular de Lucas Perri.

Assim terminou o primeiro tempo, com promessa de segundo também sensacional e com o Flamengo, torto pela esquerda tamanha a atuação de Bruno Henrique, precisando se lembrar da existência de Wesley.

Pena que Dom Arrascaeta estivesse ausente de clássico tão empolgante.

O Flamengo tinha no banco Rossi, Matheuzinho, David Luiz, Rodrigo Caio e Filipe Luís; Thiago Maia, Igor Jesus e Éverton Ribeiro; Gabigol e Cebolinha.

Quantos times brasileiros não gostariam de ter estes dez jogadores em seu time titular? De quebra, o goleiro Santos e o zagueiro Pablo também estavam entre os reservas.

Nem bem começou o segundo tempo e Bruno Henrique recebeu bola nas costas de JP e fez golaço por cobertura em Lucas Perri, mas a bandeirinha subiu e o VAR confirmou o impedimento.

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O Rubro-Negro jogava em modo Copas, não em modo Brasileirão; e o Alvinegro em modo Brasileirão, não em Copas.

Aos 10, Diego Costa no lugar de Tiquinho, Tchê Tchê no de Gabriel Pires, e Luiz Henrique no de Segovinha, foram as mexidas de Bruno Lage.

Jorge Sampaoli permanecia impassível e fazia sentido, porque seu time era ligeiramente superior em campo.

Aos 22, Éverton Ribeiro no lugar de Victor Hugo. Mais técnica em partida refinada.

Na metade do segundo tempo, o Botafogo perdia o 100%, mas mantinha a invencibilidade em casa e, mesmo que o Palmeiras ganhe o Dérbi amanhã, como se projeta, ficaria confortáveis nove pontos à frente.

Contas jogadas fora, aos 27, quando em lance iniciado com falta de Wesley em Tchê Tchê, não marcada para o Botafogo, Bruno Henrique fez um golaço que nem dois Lucas Perri pegariam: 2 a 1. Entre a falta e o gol transcorreram 32 segundos.

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BH comemorou fazendo o gesto do chororô e obrigando que as contas fossem refeitas, porque o Botafogo perdia os 100%, a invencibilidade e, caso o Palmeiras vença, a diferença cairia para já nem tão confortáveis oito pontos ao faltarem 16 rodadas.

Alan e Bruno Henrique foram embora para Thiago Maia e Cebolinha jogarem, aos 32.

Ou BH pediu para sair, ou Sampaoli está pedindo para sair.

Soava assim como se Lionel Scaloni tirasse Lionel Messi na final da Copa do Qatar.

Mais de 40 mil torcedores viram Janderson substituir Eduardo, aos 36, e Victor Sá ser trocado por Júnior Santos.

Só se ouvia a cantoria da Nação no Engenhão.

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Gerson por David Luiz, aos 40, fechar e fechar.

Até Perri foi para o ataque.

Aos aflitos botafoguenses, sempre pessimistas, restaria torcer para o Corinthians amanhã e reforçar a terapia na semana que vem.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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