Timão em noite memorável em São Januário
Simplesmente impressionante a atuação do Vasco no começo do jogo sob muita chuva em São Januário.
Fria e calculadamente pôs o Corinthians na roda e com absoluta predominância trocou passes até fazer 1 a 0: aos 3 minutos com Pumita.
O cerco permaneceu diante de um alvinegro inerte e impotente.
Como futebol é futebol, toque de Giuliano, erro no corte de Medel num balão, e Giuliano, de cabeça, pôs na de Romero para empatar 1 a 1.
Sim, os paulistas acharam um gol e os cariocas, por cerca de dois minutos, pareceram sentir a surpresa do empate.
Logo voltaram a dominar e a se impor e a explorar as veteranas laterais, incapazes de acompanhar o ritmo cruzmaltino.
Não demorou muito e Pumita achou Vegetti na área para o goleador botar o Vasco outra vez na frente: 2 a 1, aos 24.
Estranhamente, a partir daí, quem passou a trocar passes como se fosse o Vasco foi o Corinthians, ao se aproveitar de recuo inexplicável do rival.
Entao, aos 44, em escanteio pela direita, Fagner levantou, Veríssimo escorou de cabeça e Romero, outra vez de cabeça, novamente empatou: 2 a 2.
A defesa vascaína assistia passivamente o jogo aéreo corintiano e o intervalo chegou com o empate decretado.
O jogo que era esperado ser guerreado, era surpreendentemente bem jogado e interessante.
Como Tite ressuscitou Cebolinha, Mano Menezes redescobriu Romero, encostado por Vanderlei Luxemburgo.
Para o Corinthians o empate estava de ótimo tamanho, mas, para o Vasco, não.
O francês Payet, 36 anos, buscava comandar a ansiedade de um lado e Renato Augusto, 35, tentava explorá-la do outro.
Os protagonistas do clássico, porém, eram mesmo o uruguaio Pumita e o paraguaio Romero.
A torcida vascaína não parou nem mesmo no intervalo e quando o jogo chegou aos 10 minutos do segundo tempo, é justo mencionar, embora possa ser precipitado, com arbitragem impecável, em noite de alta tensão.
E com o Vasco outra vez superior.
Maycon saiu e Cantillo entrou, aos 14, mexida temerária porque o colombiano não tem o poder de marcação do brasileiro.
E, aos 15, Renato Augusto deu a bola para o menino Moscardo, 18, que mandou uma pomba ensopada para virar e botar o Corinthians na frente: 3 a 2.
O silêncio em São Januário só era quebrado pelo canto da Fiel.
Ramón Díaz logo pôs Rossi e Paulo Henrique, nos lugares de Pumita e Paulinho. Realmente também difícil de entender, porque Pumita pintava e bordava.
Diante de mais de 20 mil torcedores, Jair saiu e Sebástian entrou, para fazer companhia a Vegetti.
Bruno Méndez e Matheus Araújo substituíram o esforçado Yuri Alberto, que levou o terceiro cartão amarelo, e Renato Augusto, certamente por desgaste.
O jogo chegava aos 30 minutos.
Naturalmente o Vasco foi à frente meio em modo kamikaze e dava espaço para o Corinthians que pôs Giovani e Wesley, aos 35, nos postos de Romero e Giuliano.
A vida de treinador de time mal montado é dura: ter de recorrer a tantos garotos num jogo desses.
Quando o jogo chegou aos 40 era visível o desgaste e o nervosismo vascaínos.
Capasso e Pec saíram e Zé Vitor e Alex Teixeira entraram.
O Corinthians jogava à bola para o mato e o Vasco jogava ao modo antigo dos ingleses: chuveirinho na área.
O jogo bem disputado do primeiro tempo virou um deus nos acuda.
Zé Vitor e Vegetti discutiam com veemência.
Sete minutos de acréscimos e um escorregão de Cássio quase valeu o empate.
O Corinthians só se defendia para garantir a 14ª vitória nos últimos 13 anos sobre o Vasco, com oito empates. E olhe que o nono empate seria muito bem-vindo.
Para culminar, Matheus Araújo foi à linha de fundo pela direita e entregou com açúcar para Giovane fazer 4 a 2!
Que dedo, hein Mano?!
Então, o de sempre.
Jogo paralisado por 5 minutos porque a torcida cruzmaltina se revoltou enquanto a Fiel cantava Está chegando a hora.
Ao chegar aos 47 pontos, o Corinthians está virtualmente salvo de cair pela segunda vez.
E o Vasco muito ameaçado pela quinta vez.
Depois da lavada em Itaquera o Corinthians se recuperou da maneira formidável e repetiu a façanha contra o Grêmio.
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