Quando Pelé disse não à ditadura brasileira
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Edinho, filho de Pelé, contou que o Rei do futebol foi pressionado pela ditadura brasileira para disputar a Copa do Mundo do México, em 1970.
Edinho fez compreensível confusão porque, de fato, Pelé contava ter cogitado não jogar em 1970 por causa das duas experiências frustrantes anteriores, a lesão na virilha, em 1962, e a violência contra ele quando Portugal eliminou o Brasil, em 1966.
O episódio das ameaças se deu em 1974, para a Copa da Alemanha, quando o sanguinário ditador general Emílio Garrastazu Médici mandou o então ministro da Educação, Jarbas Passarinho, convencê-lo a voltar à Seleção e disputar o torneio.
Pelé tinha dito adeus à camisa amarela em 1971 e não recuou da decisão.
Ele mesmo contava o episódio anos depois para quem quisesse ouvir e o próprio Passarinho confirmava o encontro, embora, naturalmente, negasse ter pressionado, apenas ter tentado persuadi-lo.
O país ainda vivia tempos de chumbo, basta dizer que em 1975 tanto o jornalista Vladimir Herzog quanto o metalúrgico Manuel Fiel Filho foram mortos sob tortura nos porões da ditadura em São Paulo.
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