Juca Kfouri

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Reportagem

São Paulo faz da escrita página virada

Quem visse os semblantes na hora do hino via os dos tricolores concentrados e confiantes e os dos alvinegros concentrados e preocupados.

Thiago Carpini não poupou ninguém para a Supercopa, como se quebrar a escrita de quase dez anos e 18 jogos fosse tão importante como.

Até Lucas Moura foi para o Majestoso e Rafinha fez sua estreia em 2024.

Já Mano Menezes escalou o que pôde e é muito pouco o que o Corinthians tem.

E rezou. Rezou para a Fiel fazer a diferença em Itaquera, apesar de saber que torcida influi, mas não joga.

Não demorou 20 minutos para Rato lançar Calleri, do meio de campo e nas costas de Fagner, o argentino dominar diante de Félix Torres e tocar por cima de Cássio: 1 a 0.

A escrita começava a virar página virada.

Quinze minutos depois Luciano escorregou e perdeu o 2 a 0.

O Corinthians era só esforço, nenhuma jogada, e absurda inferioridade individual e coletiva.

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Para piorar, aos 42, Caetano foi expulso ao dar um soco em Luciano que o VAR pegou.

Se Yuri Alberto é burro, Caetano é o quê?

Mano Menezes sabe a resposta.

Para sorte dos anfitriões, o primeiro tempo terminou só 1 a 0.

No intervalo, se Mano teria de inventar como evitar uma catástrofe, Carpini talvez quisesse construir uma goleada, embora vencer bastasse.

Veja a diferença: enquanto o Corinthians pôs Raul Gustavo no lugar de Fausto Vera, o São Paulo pôs o garoto Moreira, Galoppo e Luiz Gustavo, nos lugares de Rafinha, Alisson e Lucas Moura.

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Um tinha de se virar, o outro além de descansar homens importantes para o domingo, botar três outros bons jogadores, e descansados, em campo.

Aos 50, em cobrança de escanteio batido por Rato, Luiz Gustavo meteu a cabeça, sozinho, e fez 2 a 0.

Sim, a goleada era possível.

Impossível é Yuri Alberto, o esforçado, fazer gol porque quando chega perto manda na trave, como aconteceu logo após o gol.

Wesley entrou no lugar de Matías Rojas, para que, ao menos, o Corinthians jogasse com dez.

A sorte corintiana estava no fato de o São Paulo estar mais preocupado em se poupar do que em golear.

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Mais: aos 72, Pablo Maia vacilou, deu a bola de presente para Wesley que chutou cara a cara e viu Rafael fazer milagre com o pé, em defesa de futsal.

Quem não tem adulto caça com menino e Romero saiu para o herói da Copinha Kayke jogar, enquanto Wellington Rato saiu para Nikão entrar.

Ferreirinha já estava em campo desde os 66, no lugar de Luciano que havia levado Caetano ao desespero.

Ryan e Artur entraram para Yuri ser vaiado e Raniele aplaudido, aos 81.

Dentes de leite, sete, contra maxilares famintos.

Aos 90, Artur diminuiu de primeira da marca de pênalti ao receber de Raul Gustavo, em lindo gol.

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Certamente a torcida tricolor gelou. Mas o time, não.

Carpini tem uma equipe na mão e Mano não tem nem na cabeça.

Augusto Melo, o mitômano, entre tantas mentiras tem uma verdade para administrar: a escrita já era.

E o Palmeiras que se cuide no domingo.

Jogadores do São Paulo, diante de mais de 43 mil torcedores, comemoraram como fizeram por merecer.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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