O fim da privacidade provocado pelos que deveriam mantê-la
Que existem pessoas que fazem qualquer coisa para aparecer é bem mais velho que as redes antissociais.
Mas que as redes exacerbaram a exposição também é fora de dúvida.
A pessoa vai jantar e mostra o prato que comeu, o vinho que bebeu, alguns até as pernas da própria mulher com quem está.
As antigas, e chatas, sessões de slides para contar uma viagem, viraram prática fácil nas diversas plataformas.
O exibicionismo e a ostentação viraram tão comuns como bregas.
Outros morrem em público como fez querido amigo, para constrangimento de todos de seu círculo.
Meticulosamente ele informava o resultado de seus exames, sua conversão, ateu que era, passo a passo, até o fim. E acreditava piamente que Deus o salvaria.
É um tal de revelar doenças pessoalíssimas, exaltar solidariedades que ajudam a expor detalhes que deveriam permanecer na intimidade, enfim, sincericídios, em busca de popularidade.
E de comiseração.
Se não bastasse, há os que se enforcam com as próprias palavras, como, por exemplo, tem acontecido com tantos jogadores de futebol, dos célebres aos sub-célebres.
Acredite: estar no trending topics do X nem sempre é bom sinal. Às vezes até é péssimo.
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