O bode expiatório de Barueri
Não há nada que justifique fazer do estádio de Barueri para 30 mil torcedores, e gramado natural impecável, o responsável pela má campanha do Palmeiras no Campeonato Brasileiro.
Abel Ferreira que ache desculpas em outro lugar e use a paixão que os palmeirenses têm por ele para convocá-los a lotar as arquibancadas.
Os menos de 40 quilômetros de distância do centro de São Paulo não podem ser impedimento para o torcedor de verdade e é fácil culpar o incômodo que, lembremos, durará ainda mais 20 anos.
A preguiça que tem levado o palmeirense a não ir a Barueri revela como torcedores de futebol têm um lado masoquista que o leva a apoiar o time mais na tempestade que na bonança.
Caso histórico se deu com os corintianos, que aumentaram de tamanho durante os quase 23 anos sem títulos.
Ou, recentemente, com os são-paulinos, que passaram a lotar o Morumbi em tempos de seca.
Em vez de desculpas esfarrapadas, cabe à direção alviverde fazer campanhas para levar a torcida ao estádio e cobrar menos nos ingressos para estimulá-la.
Aliás, o Maracanã vazio testemunhou o Palmeiras campeão da Libertadores durante a pandemia, o que reforça a falácia de que a falta de público impede vitórias, embora, é claro, o embalo da torcida seja importante.
Custa admitir que o Athletico Paranaense jogou melhor?
Que Gabriel Menino parece ter desaprendido?
Que Rony está longe de ser o que já foi?
Que Raphael Veiga vive momento infeliz a ponto de perder pênalti e desviar a bola no gol de falta de Pablo?
Tirar o bode da sala é opção inexistente até 2044, fruto de acordo de uso com quem ergueu a casa verde e permitiu ao Palmeiras ter a força que hoje tem.
Abel Ferreira já deu entrevistas mais certeiras e precisa mudar o discurso.
Quem sabe deva começar a treinar o time em Barueri, fazer do estádio de Leila Pereira a casa de campo do Palmeiras, afeiçoar-se pelo simpático palco.
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OLHAR APURADO
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Quero receberDizer que não aceita ser cobrado por jogar lá é fazer papel de criança mimada que não passa de ano porque não gosta da escola, por melhor que esta seja.
Dura mesmo é a situação do ucraniano Saktar, que há anos não pode jogar em Donetsk por causa de guerras, e tem de jogar na Polônia, na Alemanha, onde der.
Pára com isso, Abel! Você está se queixando de barriga cheia, muito cheia.
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