Grêmio vence batalha naval, está classificado e pode ser líder
Huachipato, na língua mapuche, quer dizer armadilha para pegar aves.
Durante todo o primeiro tempo, sob chuva forte, o Grêmio voou alto contra o time chileno que o surpreendeu em Porto Alegre, ao vencer por 2 a 0.
Diego Costa abriu o placar logo aos 5 minutos, de cabeça, em cobrança de escanteio, logo depois de Galdino quase abri-lo.
E seguiu massacrando a ponto de mandar três bolas na trave ainda no primeiro tempo, com Pepê, aos 21 minutos, Soteldo, aos 36, e Galdino, aos 40.
Era tanto gol perdido que o temor se estabeleceu no intervalo.
E os chilenos voltaram para fazer prevalecer a máxima do quem não faz.
Aí o goleiro Marchesín apareceu bem três vezes e a trave levou sua quarta bolada, agora para salvar os gaúchos.
O gramado empoçado tornou impossível o jogo com passes curtos e retenção de bola.
Virou um lá e cá interminável, tenso, brigado, verdadeira batalha naval.
A vitória garantia a classificação brasileira e a enorme possibilidade de ainda terminar em primeiro lugar no lugar no grupo para pegar o Peñarol e escapar do Fluminense, além de fazer viagem bem mais curta para Montevidéu do que para o Rio — 800 quilômetros contra 1.570.
O empate não eliminaria o tricolor, o deixaria dois pontos atrás do Huachipato e obrigaria a vencer o eliminado Estudiantes argentino, no sábado, no Couto Pereira.
Era drama em estado puro.
Nathan Fernandes, que havia entrado no intervalo no lugar de Galdino, sentiu-se mal, vomitou e teve de ser trocado por Gustavo Nunes, aos 23.
Dois minutos depois o veterano argentino Marchesín, 36, fez outra grande defesa.
Renato Portaluppi pôs Du Queiroz e Felipe Carballo nos lugares de Pepê e Cristaldo como reforços para o meio de campo.
Não havia como olhar para o gramado inundado e não lembrar do que fez e fazia o Grêmio só agora estar disputando as últimas rodadas do torneio continental.
Aos 81 saiu Soteldo e entrou Gustavo Martins, porque fechar era necessário, fosse como fosse.
O primeiro tempo deveria ter terminado 3 a 0 para o Grêmio.
O segundo, 2 a 0 para o Huachipato.
Ou seja ninguém tem nada a reclamar e, ao contrário, o grupo gremista merece aplausos em pé pelo futebol dos primeiros 45 minutos e pela resistência nos últimos.
Marchesín, Diego Costa e as traves foram os personagens da batalha sob vendaval.
Agora é vencer o Estudiantes e pegar o Peñarol.
Reportagem
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