Vitória palmeirense para não enganar corintiano
Noite gelada na casa verde e Dérbi ruim, com o Palmeiras pouco eficaz e o Corinthians mais preocupado em não deixar o jogo fluir.
Curiosamente, embora tenha empurrado o rival para trás, o Palmeiras sofreu o ataque mais perigoso, que exigiu de Weverton a defesa mais difícil do primeiro tempo, em grande jogada de Wesley ao roubar bola de Marcos Rocha e fazer fila na defesa.
Era o Palmeiras contra o defensivo Corinthians e Wesley contra a rapa.
No finzinho, Zé Rafael se machucou e Jhon Jhon o substituiu, para fazer companhia a Estêvão, Naves, Vitor Reis e Fabinho, a meninada alviverde que enfrentava a garotada alvinegra de Matheus Donelli, Léo Maná, Bidon e Wesley.
O 0 a 0 só interessava aos visitantes.
Quem viu Portugal e Eslovênia via uma espécie de repeteco na casa palmeirense.
Com dois minutos de atraso o Corinthians voltou para o segundo tempo, expediente que fica melhor na várzea.
A torcida cantava porque quem canta os males, e o frio, espanta.
Se entre Corinthians e Cuiabá Matheuzinho bateu um lateral pela linha de fundo, aos 2 minutos Gabriel Menino deu de calcanhar direito na canela direita e a bola tomou o mesmo rumo.
Lances para a coleção dos lances bizarros do Brasileirão.
O diapasão era o mesmo: Palmeiras com a bola na pressão pouco eficiente e Corinthians na defesa.
Até que Raniele fez falta em Veiga na entrada da área, aos 5 minutos, e ele mesmo bateu para abrir o placar: 1 a 0.
Água mole, mas mole mesmo, em pedra dura, tanto bate até que fura.
A bola desviou na cabeça de Fabinho abaixado na frente da barreira, bateu na trave e entrou.
O Vasco seguia fora da ZR, o Corinthians muito dentro e o pescoço de António Oliveira na guilhotina, mesmo que o ideal fosse o de Augusto Melo.
Newsletter
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberAos 11, Veiga bateu escanteio e o menino Vitor Reis meteu a cabeça para ampliar: 2 a 0.
Estrear em Dérbi com gol é tudo que Vitor Reis, 18 anos, sonhava.
Estabelecia-se a verdade e evitava-se que um resultado enganoso jogasse água fria na crise corintiana.
Ao Corinthians restava tentar o modo redução de danos.
Ao Palmeiras a busca de golear.
Só que, em seguida ao gol, Estêvão deu uma pequena provocada, Garro foi tirar satisfação, levou um empurrão de Veiga, foi ao chão e causou a expulsão do meia palmeirense. Uma patacoada desnecessária que paralisou o clássico por quatro minutos.
"Você não sabe o que é um Palmeiras e Corinthians!", diz Lima Duarte no filme "Boleiros" de Ugo Giorgetti.
Coronado e Pedro Henrique entraram nos lugares de Raniele e Mosquito e logo depois Pedro Raul substituiu Wesley.
Hugo e Yuri Alberto haviam desperdiçado duas boas chances pela esquerda para diminuir, Weverton fez boa defesa em falta cobrada por Garro e Estêvão respondeu ao exigir defesa de Donelli.
A saída de Wesley, o melhor atacante alvinegro, soava como réquiem para António Oliveira.
Com um a mais, a pressão mudou de lado.
Matheuzinho e Bidu entraram e Maná e Hugo saíram, com pronta resposta de Abel Ferreira, ao lançar Vanderlan e Mayke nos lugares de Menino e Estêvão, aos 34.
O Palmeiras assumia a vice-liderança a um ponto do Flamengo e mantinha a rotina de contabilizar três pontos antes mesmo de disputar os Dérbis, diante de mais de 41 mil torcedores.
Fabinho deu lugar a Garcia.
A expulsão de Veiga evitou provável goleada e mesmo com um a mais o Corinthians pouco fez.
Por pouco, aliás, Flaco López não ampliou, aos 44, atrapalhado por Cacá.
Alguém dirá que o Corinthians sofreu dois gols de bolas paradas.
E alguém mais sábio perguntará: e não valem igual aos com bola em movimento, ora bolas?
Deixe seu comentário