Juca Kfouri

Juca Kfouri

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Burocrática, Seleção empata, ouve olé e, sem Vini, enfrentará o Uruguai

No sexto minuto de jogo, Vini Jr. deixou o cotovelo em James Rodriguez para não levar uma chapéu e levou o cartão amarelo que o tira das quartas de final.

Na cobrança da falta o colombiano do São Paulo atingiu o cocoruto do travessão.

O jogo começou em temperatura muito mais quente do que as circunstâncias exigiam.

Tudo para evitar o Uruguai? Só poderia ser por isso.

Aos 12 minutos, uma falta desnecessária em João Gomes resultou em cobrança sensacional de Raphinha para abrir o placar: 1 a 0.

Havia quase cinco anos que a Seleção Brasileira não fazia gol de falta.

O Panamá, não o Uruguai, agradecia a ausência de Vini.

Aos 15, por pouco, James Rodriguez não empatou.

A Colômbia estava há 25 jogos invicta.

Continua após a publicidade

Aos 19, James bateu falta na cabeça de Sanchez que empatou, mas em impedimento, que o VAR levou três minutos para concluir.

Seja como for, James Rodríguez brilhava para Dorival Júnior ver quem ele deixou no banco do Morumbi.

Depois do gol só dava Colômbia que, ao mesmo tempo, abusava das faltas.

Uma bolada de João Gomes em colombiano caído rendeu uma fechada de tempo porque a disposição para brigar estava latente.

James aparecia na esquerda, na direita, onde fosse preciso, numa disposição nunca vista no São Paulo.

Luis Zubeldia certamente a tudo via e já pensava em dar a ele uma camisa como titular e, talvez, a faixa de capitão, como na seleção colombiana.

Continua após a publicidade

Os brasileiros abdicaram de atacar e se limitavam a defender.

Aos 33, James bateu falta da esquerda diretamente para o gol e Alisson teve de mandar a escanteio.

Os colombianos tinham 57% de posse de bola, aos 35, em Santa Clara, na Califórnia.

Aos 42, Muñoz derrubou Vini mais uma vez, só que, desta, na área.

O assoprador de apito da Venezuela nada marcou — o VAR, argentino, verificou e ficou elas por elas.

Aos 46, Alisson vacilou na frente de um atacante que roubou-lhe a bola, deu para Luis Diáz que bateu a tempo do goleiro defender e se redimir.

Continua após a publicidade

Imediatamente a seguir, boa trama do ataque colombiano culmina em bola para o lateral Muñoz que, sem marcação, invade a área e bate para empatar 1 a 1, como era de justiça, diga-se de passagem pelo que os dois times buscaram no primeiro tempo.

A verdade é que a Seleção não passa segurança.

Depois de começo de jogo agressivo, deixou-se dominar e mostrou-se incapaz de trocar passes, quebrar o ritmo, numa palavra, de se impor com a vantagem no placar.

Para o segundo tempo o apagado Lucas Paquetá deu lugar a Andreas Pereira.

E a Colômbia, para quem o empate bastava, começou os derradeiros 45 minutos como terminou os primeiros: no ataque.

Aos 58, Raphinha bateu nova falta e raspou a trave.

Continua após a publicidade

Raphinha, por incrível que pareça, era o mais lúcido dos brasileiros.

A Colômbia trocava passes, a torcida gritava olé e a impotência brasileira alarmava.

Savinho e Edérson nos lugares de Rodrygo e João Gomes, aos 73.

A Colômbia chegava aos 26 jogos sem perder e o Brasil aos sete sem perder sob nova direção, mas com o quarto empate.

O colorado Borré entrou e o palmeirense Richard Rios saiu.

Quem torce para a Seleção, para o Corinthians e para o Fluminense pensava em mudar de esporte.

Continua após a publicidade

E quem torce pelo Flamengo, e quer ver a Seleção vencer o Uruguai para ter de volta De La Cruz e Dom Arrascaeta, perdia a esperança.

Burocraticamente, sem a ousadia de botar Endrick em campo, a Seleção apostava em achar um gol diante de 71 mil torcedores quando James Rodriguez saiu, aos 80.

Aos 83 Borré perdeu o gol da virada de maneira a deixar o torcedor colorado desesperado.

Aos 85, Douglas Luiz e Endrick foram para o jogo nos lugares de Wendell e Bruno Guimarães.

Aos 95, quase um injustiça, em chute de Andreas que o Vargas pôs a escanteio.

Só há uma interjeição para definir a atuação brasileira: pfiu!

Continua após a publicidade

Se a Colômbia forçasse, venceria e se Borré não se borrasse, venceria também.

Porque, cá entre nós, é melhor que o Brasil.

Como Uruguai também é e será favorito no sábado, às 22h.

Ainda mais sem Vini, que, diga-se de passagem, nada fez de útil contra a Colômbia.

Também porque as ligações diretas da Seleção jogam contra ele.

No fim, como o assoprador terminou sem deixar a Seleção bater um escanteio terminados os acréscimos, houve choradeira brasileira.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes