Juca Kfouri

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Opinião

João Félix entristece Portugal e faz a França feliz

França e Portugal disputaram primeiro tempo tão equilibrado, com tamanho respeito de uma seleção pela outra pelas quartas de final da Eurocopa, em Hamburgo, que quando o 45º minuto chegou o apito soou para botar fim sem um segundo de acréscimo.

De surpreendente apenas a vantagem lusitana na posse de bola, com 54%, embora sem nenhum chute entre as traves, contra um francês.

Tudo bem, respeito é bom é a gente gosta, mas um pouco de ousadia, como cautela e caldo de galinha, não faz mal a ninguém.

Mpabbé e sua máscara eram marcados com rigor e Cristiano Ronaldo estava à espreita de dar o bote.

O jogo de erro zero seguiu no segundo tempo. Estava proibido vacilar, mas a França estava mais agressiva e empurrava Portugal para trás.

Kanté, para variar, encantava, e parecia ter o dom da ubiquidade.

As estocadas de Rafael Leão incomodavam pouco, Mpabbé levou uma bolada no rosto e despencou no gramado, apesar da máscara.

Cristiano Ronaldo está para Portugal assim como Lionel Messi está para a Argentina, para o bem e para o mal, e com dois anos a mais, 39.

Talvez exatamente o que Toni Kroos, 34, tenha querido evitar ao se aposentar, para muitos, precocemente.

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Aos 60 minutos, enfim, a primeira grande chance de gols, nos pés de Bruno Fernandes e boa defesa de Maignan.

Aos 62, outra vez Maignan, à queima-roupa em chute de Vitinha.

Aos 65, Muani faria o gol se Ruben Dias, na hora agá, não cortasse.

Virou lá e cá e Griezmann saiu para Dembelé jogar, aos 65, com o que a França ficou com dez jogadores negros em campo, apesar da extrema-direita francesa ser contra eles.

Kamavinga, aos 70, não abriu o placar por detalhe.

Já era hora de sair um gol, fosse para o lado que fosse.

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Mas, quando o jogo chegou aos 80 minutos, o medo de perder levou os dois times a esperar pela prorrogação.

Se a idade impedia CR7 de participar mais, a máscara parecia inibir Mpabbé.

Também a arbitragem queria a prorrogação e deu apenas três minutos de acréscimos porque, de repente, bateu a louca nos dois times e recomeçou o lá e cá.

Veio o tempo extra.

E dois minutos depois que começou, CR7 perdeu gol incrível, embora a bola tenha chegado 30 centímetros atrás do pé dele.

Aos 96, Dembélé deixou cinco portugueses para trás e deu para Mpabbé ser desarmado por Pepe na hora agá.

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CR7 + Pepe somam 80 anos e estavam na prorrogação e depois do fim da temporada regular na Europa.

Rafael Leão, aos 101, deu uma de Pica-Pau e furou a bola na cara do gol. Que coisa!

Os franceses detestam prorogation, que chamam também de prolongation e extension.

Ainda faltava o segundo tempo e Mpabbé saiu, gelo no rosto, Barcola em seu lugar, o 13º negro francês a participar da decisão, quatro vindos do banco, somados aos nove titulares.

Ah, os imigrantes atrapalham a vida europeia.

Os pênaltis também não traziam boas recordações aos franceses que se lembram da final da Copa no Qatar, contra a Argentina.

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Mas, dominados, e aparentemente esgotados, parecia ser o lhes restava.

João Félix, vindo do banco no lugar de Leão, teve o gol na testa assim que começou o tempo final e mandou na rede pelo lado de fora. Que medo de ser feliz.

Sim, vieram os pênaltis.

Estranhamente, CR7 escolheu a França para bater primeiro.

Dembélé bateu e fez 1 a 0.

CR7 empatou.

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Fofana fez 2 a 1, no meio do gol.

Bernardo Silva empatou,

Koundé fez 3 a 2.

João Félix bateu na trave!

Barcola fez 4 a 2.

Nuno Mendes diminuiu: 3 a 4.

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Theo Hernandez classificou a França para jogar com a Espanha.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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