Juca Kfouri

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Reportagem

O Big Ben bimbalhou ao ver a Inglaterra classificada

Se em vez de Sommer e Pickford os suíços e os ingleses tivessem dois postes como goleiros no primeiro tempo entre eles pelas quartas de final da Eurocopa daria no mesmo.

Do mesmo modo que faltaram vírgulas no parágrafo anterior, não houve finalização que exigisse esforço dos dois.

E não que faltasse procura pelo gol, principalmente pelos ingleses, 55% de posse de bola.

Mas apenas Saka conseguia levar perigo, porque os suíços se limitavam a buscar os contra-ataques.

Daqueles jogos que fazem a alegria dos amantes de xadrez e que um gol, para qualquer lado, decide.

Terminada a primeira hora do embate e a sensação era a de que a prorrogação seria inevitável.

A ensolarada tarde de Düsseldorf pouco aquecia os 22 jogadores no gramado e as trocas intermináveis de passes, às vezes por mais de um minuto, resultavam em praticamente nada, embora tenha havido inversão de predomínio no segundo tempo, com mais gosto de chocolate que de chá.

Holandeses e turcos, se aqueciam para o jogo das 16 horas e viam aborrecidos a monotonia que decidiria o adversário nas semifinais.

Até que, aos 74 minutos, Stones falha ao tentar cortar cruzamento rasteiro pela direita de Ndoye e o camaronês naturalizado suíço Embolo cutucou na pequena área para dentro do gol: 1 a 0!

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Com o pescoço na guilhotina, Gareth Southgate, logo sacou Trippier e Mainoo, pra Shaw e Eze jogarem.

Não demorou seis minutos e Saka pegou a bola na direita, driblou para dentro e do bico da área finalizou para empatar, cansado que estava de tentar passar para os companheiros sem sucesso, em belíssimo tento de esquerda, com a bola ainda batendo na parte interna da trave esquerda.

Deus aquece quem o craque esquece, como fez o ferrolho suíço ao dar espaço ao craque do Arsenal.

O menino Palmer, 22, entrou no lugar de Konsa, aos 82.

A armada inglesa estava em campo com Saka, Palmer, Kane e Foden.

A prorrogação que parecia agendada pelo 0 a 0 permaneceu marcada com o 1 a 1.

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No último minuto dos acréscimos, Embolo tirou com a cabeça a chance do companheiro de ascendência senegalesca Ndoye fazer o 2 a 1.

E veio a terceira prorrogação no terceiro jogo das quartas de final. Equilíbrio é o nome do futebol mundial.

Aos 5 minutos Sommer fez defesaça em foguete de Rice e Ndoye deu lugar a Zakaria, descendente de congoleses e sudaneses.

Bellingham teve a chance da virada, mas Sommer interveio.

O fim do primeiro tempo da prorrogação terminou em câmara lenta porque quem tem nervos, tem medo.

Toney no lugar do veterano Kane e o veterano Shaqiri no de Embolo, aos 109.

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Faltavam 11 minutos para os pênaltis e a saída de Kane, 30, soava estranha, como natural era a de Shaquiri, 32.

Arnold, exímio batedor, no lugar de Folden, aos 114, quando faltavam seis minutos para a bola ir à marca da cal.

De escanteio, pela direita, Shaquiri, acertou o travessão inglês. Que susto, Pickford!

O goleiro britânico fez, em seguida, uma senhora defesa

Vieram os pênaltis.

Inaugurado 1859, o sino do Big Ben parou para vê-los exatamente às 19h33 no horário londrino.

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Palmer fez 1 a 0.

Akanji bateu na mão de Pickford!

Bellinghan fez 2 a 0, com muita categoria e elegância.

Schar fez 1 a 2.

Saka fez 3 a 1.

Shaqiri fez 2 a 3.

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Toney fez 4 a 2.

Amdouni fez 3 a 4.

Alexander-Arnold classificou a Inglaterra!

O Big Ben bimbalhou e os Rolex pararam.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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