Juca Kfouri

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Reportagem

Flamengo vira com pênalti nunca visto

Dê um piano desafinado para Arthur Moreira Lima tocar e o genial pianista se recusará a fazer o concerto.

Os jogadores do Flamengo não têm tal prerrogativa e se submeteram mais uma vez a jogar no pasto do Mané Garrincha que parece não ter conserto, apesar de subutilizado.

Culpa de quem?

Da gananciosa direção do Flamengo que podendo levar o jogo para gramado decente, preferiu o indecente.

Erraram passes como nunca embora estivessem com os uruguaios no meio de campo.

O Criciúma, que não tem nada com isso e é valente, jogou de igual para igual, menos refinado sofreu menos com os perigosos buracos que, além do mais, botam em risco os milionários jogadores rubro-negros, e tratou de sair na frente depois de se livrar de duas ou três chances cariocas, principalmente vindas dos pés do retornado, e endiabrado, Cebolinha.

Mas Rossi também tinha de se virar até que deu rebote inevitável em foguete de Rodrigo e o próprio zagueiro pegou a rebatida para fazer 1 a 0, aos 35 minutos.

A exemplo do que fizera em Itaquera, no gramado impecável do estádio corintiano, no tapete roto de Brasília os catarinenses foram para o intervalo na frente.

Verdade que também estava muito clara a disposição dos visitantes, bem maior que a dos mandantes, aparentemente dispersivos e displicentes, devagar quase parando.

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Só faltava o Flamengo não vencer pela terceira vez seguida como mandante, depois de empatar com o Cuiabá e perder para o Fortaleza.

Ao Criciúma havia o risco de levar a segunda virada seguida, como contra o Corinthians.

Daí o segundo tempo prometer emoções no lindo Mané Garrincha lotado, por fora bela viola, mas por dentro pão bolorento.

Logo aos nove minutos Tite trocou David Luiz, amarelado, por Léo Pereira, e Ayrton Lucas por Viña.

O Flamengo voltou com a faca entre os dentes, mas pouco afiada.

Os aurinegros se defendiam galhardamente e olhe que estavam sem seu melhor jogador, Matheuzinho, artilheiro e cérebro do time.

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Mas Rodrigo fez pênalti em Dom Arrascaeta, o VAR chamou, os catarinenses ficaram indignados sem razão e Pedro bateu muito mal para Gustavo defender parcialmente bem, aos 18 minutos, e a defesa mandar a escanteio.

Na cobrança do escanteio Pulgar cabeceou no travessão, Léo Pereira faria o gol de cabeça no rebote, mas Gustavo salvou com o pé quase na testa dele, o que permitiria até marcar nova penalidade, jogo perigoso, no mínimo. Mas ninguém nem reclamou.

Você queria drama? Pois havia.

Pulgar saiu para Luiz Araújo jogar, aos 24.

Enquanto o Criciúma também mexia no time, Tite chamou Gabigol, ainda antes de Pedro, aos 30, receber de Dom Arrascaeta na área e chapar para empatar 1 a 1.

Gabigol entrou em seguida, no lugar de Gerson.

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O resultado ainda era ruim para os cariocas e bom para os sulistas, embora tudo indicasse a virada, diante de mais de 60 mil torcedores, segundo maior público do Brasileirão-24, inferior apenas aos mais de 62 mil em Flamengo x Vasco.

E Gabigol teve a chance da virada, aos 37, e mandou nas alturas.

Aos 39, novo pênalti, e absolutamente inédito!

Havia duas bolas na área, a em jogo e outra jogada pela torcida, e Barreto chutou a que não estava em jogo na que Cebolinha dominava com chances de finalizar.

Depois da expulsão de Alan Ruschel, do Juventude, ao se defender de invasor de campo agressor, e do apito final no rebote de pênalti do goleiro Walter, do Cuiabá, na Copa Sul-americana, mais essa.

Aos 42, Gabigol bateu o pênalti jamais visto nos gramados do mundo e virou: 2 a 1.

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A ignorância da regra de Barreto derrotou o Criciúma.

A ganância por grana da direção do Flamengo expôs o time ao risco que correu.

Em tempo: nunca jamais como hoje, a Nação foi o 12º jogador do Flamengo.
Não fosse pela bola atirada pelo torcedor e o Rubro-negro provavelmente não venceria.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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