Juca Kfouri

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Reportagem

Com três zagueiros, Timão traz três pontaços da Bahia

O jogo de número 77, número especial para os corintianos, entre Bahia e Corinthians, tinha duplo significado para os dois treinadores envolvidos: do lado baiano, Rogério Ceni, que enquanto era tricampeão brasileiro em 2006/7/8, via o maior rival cair e disputar a Série B; do lado paulista, o argentino Ramón Díaz em busca de, ao menos, ponto importante para tirar seu time da zona do rebaixamento.

No ano, 2007, da queda alvinegra, apesar de tudo, o Corinthians venceu o líder São Paulo, no Morumbi, gol do zagueiro Betão, aos 41 minutos. Havia quatro anos que o alvinegro não vencia o tricolor.

Pois eis que 2014 o Corinthians não vencia o Bahia mandantes, com quatro derrotas e dois empates, além de sido goleado por 5 a 1, em Itaquera, no último jogo, em 2023.

O Bahia pisou no gramado da Fonte Nova como favoritaço, embora ferido por ter perdido sua invencibilidade em casa na rodada anterior para o Cuiabá e, em caso de triunfo, voltaria ao G4, com seu excelente meio de campo completo.

O Corinthians com três zagueiros, estreia de André Ramalho, para minimizar a fragilidade dos dois laterais, mas sem Raniele, suspenso, como suspenso estava o zagueiro baiano Gabriel Xavier.

Sem surpresa para ninguém,o jogo começou com o Bahia impondo sua superioridade e com o Corinthians na defesa.

Mas nada acontecia digno de nota quando o primeiro minuto chegou à metade.

Yuri Alberto brigava, como sempre: com os adversários e com a bola.

Como o Bahia não incomodava, o Corinthians foi pondo as mangas de fora, marcando pressão no péssimo gramado da Fonte Nova, para vergonha da CBF, que permite.

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Registre-se o empenho dos alvinegros, em busca da bola como se fosse prato de comida.

Daí não ter sido surpresa quando, aos 36 minutos, Romero recebeu ótimo passe de Yuri Alberto, sim, de Yuri Alberto!, e fez 1 a 0, em jogada iniciada por Alex Santana ao desarmar Éverton Ribeiro.

O Corinthians conseguia três preciosos pontos fora de casa quando um ponto só já seria muito bom.

É claro que ainda faltava muito tempo, mas o Corinthians ainda fez outro gol em bela triangulação, com Matheuzinho em claro impedimento.

Nos acréscimos, o Tricolor esboçou pressão, mas em vão.

André Ramalho fazia excelente estreia.

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Ceni não mexeu para o segundo tempo embora o Bahia decepcionasse, e muito, ao perder pela segunda vez consecutiva em casa lotada.

Logo no 5º minuto em boa trama Éverton Ribeiro só não empatou porque Hugo fez bela defesa.

Caia a noite em Salvador e a luta pela bola era inclemente.

Mais de 38 mil torcedores incentivavam o Bahia em busca da virada.

Aos 14, Gilberto e Iago nos lugares de Arias e Juba.

Aos 18, Bidon no lugar de Ryan, amarelado e muito bem na destruição.

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O esforçado Yuri Alberto conseguia o terceiro cartão amarelo na defesa baiana, aos 20.

O jogo não atava nem desatava, o que favorecia os paulistas.

Cacá, André Ramalho e Félix Torres desempenhavam à perfeição o papel de Athos, Porthos e Aramis, os Três Mosqueteiros. Rodrigo Garro era o quarto, o D'Artagnan.

Hugo, Romero e Garro deram lugar a Giovane, Wesley e Bidu, aos 25.

Garro só pode ter cansado, porque estava bem.

O Corinthians resistia sem sofrer, mas não atacava, com a humildade de quem sabe ser inferior.

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Víctor Cuesta e Cauly foram embora e De Pena é Rezende chegaram ao clássico.

Só aos 34 minutos Hugo teve de fazer sua segunda defesa, e com facilidade.

No minuto seguinte, fez a terceira, mais difícil.

A pedidos da massa, Ademir também foi para o jogo no lugar de Jean Lucas.

O Bahia buscava do fundo d'alma, ao menos, o empate que, repita-se, ainda seria bom para o Corinthians.

A saída de Garro tirou o poder de ficar com a bola dos alvinegros.

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Aos 38, nova defesa tranquila de Hugo.

Aos 42, em contra-ataque, Matheuzinho obrigou Marcos Felipe a defender pela primeira vez, porque a outra bola que foi ao gol dele, entrou.

Fagner no lugar de Matheuzinho, aos 45, para jogar nove minutos de acréscimos.

Aos 46, Caio Alexandre mandou no cocoruto do travessão.

Sofria-se. E muito.

Aos 49 Yuri errou passe simples em contra-ataque três contra um, dessas coisas imperdoáveis num profissional.

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E seu erro permitiu ataque que terminou em nova bola no travessão corintiano por Rezende.

Em seguida, Hugo fez defesaça em cabeceio de Thaciano.

O Bahia merecia melhor sorte, mas o Corinthians não merecia o castigo final.

Ganhou seu segundo jogo seguido, o primeiro fora de casa, saiu da ZR e está no 14º lugar, colocação ainda incômoda, mas bem melhor que estar em 17º.

E Hugo Souza?

Bem, pelas defesas no fim, pela sorte que não pode faltar aos grandes goleiros, atuou como se fosse Alexandre Dumas, o autor dos Três Mosqueteiros que eram quatro.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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