Juca Kfouri

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Opinião

Dois treinadores presentes e uma jornalista que fez falta em Paris

Na primeira vez em que disputou uma Olimpíada como treinador, em 1992, em Barcelona, José Roberto Guimarães, então aos 38 anos, levou o vôlei masculino do Brasil ao ouro, o primeiro de esporte coletivo do país, com uma equipe jovem que nem pensava tão alto quando embarcou.

Depois, ganhou mais dois ouros com o time feminino, um bronze e, agora, a prata.

É o único no mundo a ganhar com os dois gêneros.

Hoje, aos 70, o olhar impenetrável com que foi visto depois da grande vitória sobre a Turquia, dizia tudo e não dizia nada.

Tudo porque provavelmente revisava o filme de sua jornada vitoriosa nas quadras.

Nada porque não nos antecipava se ainda o teremos nos próximos quatro anos.

Tudo ou nada, Zé Roberto significa uma certeza: é sinônimo do fazer bem feito. Maravilhosamente bem feito, perto da inatingível perfeição.

Na mesma Paris afirmou-se um jovem treinado.

Arthur Elias, 43, no futebol feminino.

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Ganhador do que havia para ganhar como técnico de clube no continente, levou a seleção à prata que só não foi ouro pelos detalhes do esporte e porque diante da potência estadunidense.

Seu futuro parece brilhante pois estrear assim não é para qualquer um.

O jovem e o experiente nos devolveram em alegria as nossas expectativas.

E se Paris teve duas presenças tão marcantes, deixou o leitorado brasileiro carente das reportagens de uma jornalista que desde Moscou, em 1980, sempre nos enriqueceu com sua visão sensível e profunda fosse qual fosse o tema que tratasse.

Dorrit Harazin, merecidamente, desta vez preferiu entrar em férias para só curtir as delícias dos Jogos.

Ganhadora de duas das maiores medalhas do jornalismo mundial, os prêmios Gabriel García Márquez, organizado pela Fundação Gabriel García Márquez, Medellín, e Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, Nova Iorque, os textos de Dorrit Harazin fizeram tanta falta a ponto de o presidente francês, Emmanuel Mácron, reclamar com o governo brasileiro.

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Arthur Elias, Dorrit Harazin e José Roberto Guimarães: três brasileiros à altura da Torre Eiffel.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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