Juca Kfouri

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Reportagem

Glorioso Botafogo! De volta e de vez, fora o susto no jogo do ano

Quem se maravilhou com Manguinha, Nilton Santos, Didi, Mané Garrincha, Gerson, Jairzinho, Amarildo, Roberto, Zagallo, PC Caju, viu hoje, desde o pontapé inicial, Luiz Henrique e companhia começarem a dar show na casa verde.

Como Jorge Jesus fez com o Flamengo em 2019, Artur Jorge faz com o Botafogo em 2024: futebol brasileiro em estado puro.

Dois portugueses pousaram no Galeão para reensinar futebol brasileiro sem sotaque europeu.

Jogo na casa do rival?

O empate bastava?

Tchê Tchê no lugar de Almada para defender?

Nananinanão!

Por que o Glorioso seguirá em busca do inédito título da Libertadores e o Palmeiras não será tetracampeão nesta temporada?

Porque o alvinegro carioca é melhor!

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E qual o significado para o futebol brasileiro?

A volta definitiva do Botafogo protagonista, sem que o Palmeiras deixe de ser.

Como era o Santos do Rei Pelé nos tempos do Botafogo de Mané.

E olhe que o Verdão tinha o azougue Estêvão, um tormento permanente.

E o Botafogo não tinha nem Eduardo, nem Júnior Santos.

Que jogo!

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E Flaco López quase abriu o placar, na metade do primeiro tempo, em cruzamento primoroso de Richard Rios, assim como por pouco, e por duas vezes, Grégore quase marcou, ao tirar tinta da trave em chute chapado, aos 2 minutos, e Savarino chutou nela, logo aos 4.

Abortada a esperada pressão inicial do mandante pela agressividade do visitante, o Palmeiras equilibrou o clássico e passou a ameaçar mais, em atuação corajosa e insistente, diante de 40 mil torcedores em transe.

Até rush de zagueiro teve, como fazia Luisão Pereira nos anos 70, só que do angolano Bastos, que saiu da intermediária carioca até a área paulista depois de deixar Gustavo Gómez para trás e ser desarmado por Felipe Anderson na meia-lua, com carrinho perfeito.

Quando o intervalo chegou, o Botafogo foi quem respirou mais aliviado.

Preocupado estava o Palmeiras, porque o 0 a 0 o eliminava.

E quem via, agradecido, também sentia um certo cansaço, aquela necessidade de pausa para respirar.

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Imagine para o excelente narrador Fernando Nardini, da ESPN. Do tênis para o futebol com a mesma elegância, tom de voz na altura certa, zero de demagogia, vocabulário rico.

Era previsível que Abel Ferreira queimasse suas caravelas em busca de gols.

E que Artur Jorge adotasse a prudência ensinada pela avó dela, sobre cautela e caldo de galinha.

Não deu outra.

Lázaro no lugar de Felipe Anderson, para reforçar o poderio ofensivo alviverde, e Matheus Martins no de Luiz Henrique, mas por motivo físico. Uma lástima para o clube da Estrela Solitária e para o espetáculo, embora Caio Paulista, para surpresa geral, o controlasse bem.

Com menos de um minuto, Barboza falhou, Flaco López finalizou muito bem e John fez grande defesa.

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Senhoras e senhores, o Palmeiras voltou incendiário!

Só que, aos 56 minutos, Matheus Martins fez boa jogada pela direita, deu para Savarino passar para Igor Jesus e ele não perdoou, salvou o Botafogo do sufoco: 1 a 0!

As quartas de final estavam cada vez mais próxima de General Severiano.

Cuiabano também se machucou e Hugo o substituiu; Igor Jesus saiu e Tiquinho Soares entrou.

Rony e Gabriel Menino nos lugares de Marcos Rocha e Richard Rios. Tudo aos 60.

Aos 64, foi a vez de Savarino golpear de morte a defesa esmeraldina, ao fazer 2 a 0 em passe perfeito de Matheus Martins, o que substituiu Luiz Henrique, fez 1 a 0 e deu o passe para o segundo gol.

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No placar agregado, 4 a 1.

Não, o Palmeiras não desistiu e foi em busca do milagre, certo de que é o time da virada.

Tchê Tchê e Aníbal Moreno no jogo, para Almada, agora sim, e Zé Rafael descansarem.

Só se ouviam os 2.000 torcedores botafoguenses na casa verde.

Amanhã saberão quem será o adversário nas quartas de final, se o São Paulo, muito provavelmente, ou a zebra uruguaia do Nacional.

Seja contra quem for, o Botafogo será o favorito.

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E o Palmeiras virá quente em busca do tricampeonato seguido do Campeonato Brasileiro.

Danilo Barbosa no lugar de Grégore, aos 74.

O Palmeiras seguiu finalizando sem parar, mas o gol não saía.

Até que saiu, em cruzamento de Menino para Flaco, aos 86, de cabeça, quando tudo parecia resolvido.

Mauricio ainda entrou no lugar de Veiga e os acréscimos foram de seis minutos.

E Rony, e Rony, e RONY, aos 89, ao receber de Moreno, empatou 2 a 2!

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Outra virada Botafogo?!!!

Outra virada Palmeiras!!!

Mais um gol, e haveria cinco minutos de acréscimos, e teríamos os pênaltis.

E o gol aconteceu!

GUSTAVO GÓMEZ depois de ele mesmo ajeitar para Menino, pegar a sobra e, de virada, virar: 3 a 2!

INACREDITÁVEL! Vá acreditar assim na Conchinchina!

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Ah, não! A bola bateu na mão de Gómez. Dizer o quê?

O palmeirense amaldiçoa o VAR e o botafoguense abençoa.

Aos 100 minutos, falta para o Palmeiras e Menino manda na trave. NA TRAVE!

INSUPORTÁVEL!

Arbitragem exemplar, eficácia nota 10 do Fogão, nada a reclamar pelo Verdão, ao contrário, comportamento de orgulhar o torcedor. Mas muito!

E de deixar o botafoguense em estado de graça.

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Ufa!

Que novo jogaço! Que drama! Que epopeia!

Os deuses dos estádios e os diabos dos estádios duelaram hoje com todas as suas armas.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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