Juca Kfouri

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Reportagem

Maracanazo? Não! Peñarol venceu por ter sido melhor que o Flamengo

Dos 22 jogadores que começaram o jogo entre Flamengo e Peñarol, 13 eram uruguaios, seis brasileiros, um argentino, outro chileno e mais um equatoriano.

Os rubros-negros tinham cinco brasileiros e seis estrangeiros - três uruguaios, um argentino, outro chileno e mais um equatoriano.

Do lado aurinegro eram dez uruguaios e um brasileiro, Léo Coelho, carioca revelado pelo Nacional de São Paulo.

E foi Javier Cabrera quem, aos 12 minutos, e ao pegar mal na bola, abriu o placar para o Peñarol, em busca de mais um Maracanazo. Ele bateu de canelas e a bola bateu na trave antes de entrar.

Onde estava Varela?

Veja os melhores momentos do jogo:

Quem esperava retranca uruguaia, via o time não só sair na frente como buscar o segundo gol, como se jogasse em Montevidéu.

Em bom português, embora empurrado pela Nação, o Flamengo jogava menos que o rival.

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Dos três uruguaios da Gávea apenas Varela jogou no pentacampeão continental Peñarol, mas que tem Dom Arrascaeta como torcedor desde criança.

Aos 38 minutos, cruzamento de Gerson na cabeça de Bruno Henrique livre permitiu milagre ao goleiro Aguirre, à queima-roupa.

Três minutos depois, nova ótima defesa em arremate de Arrascaeta, que acabara de furar dentro da grande área.

Aos 44, chute de Gerson que tinha endereço certo acabou desviado na zaga a escanteio.

Os contra-ataques, porém, assustavam os brasileiros.

Quando o intervalo chegou a Nação estava cabreira. E tinha motivos de sobra.

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Verdade que os últimos minutos davam esperança de mudar o panorama em que o Flamengo tinha a bola quase 70% do tempo é pouco rendia com ela nos pés.

Wesley veio para o segundo tempo no lugar de Varela, única providência de Tite, bastante hostilizado pela torcida na saída para o vestiário.

Dois na primeira linha, quatro na intermediária e os outros quatro na frente da área, a defesa amarela estava armada para impedir o empate.

Lento, com freio de mão puxado, o Flamengo não rendia

Aos 53, Tite chamou o argentino Alcaraz e sacou o chileno Pulgar, amarelado.

O técnico uruguaio Diego Aguirre gostava do que via, porque seu time estava longe de correr riscos.

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Aos 60, quem não tem Pedro nem mais Gabigol, apelou para Carlinhos no lugar de Plata, além de Ayrton Lucas no lugar de Alex Sandro.

Convenhamos que o milionário Flamengo depender de Carlinhos beira o absurdo.

Léo Ortiz foi a última mexida de Tite, no lugar de De La Cruz, aos 70.

Dirão que Aguirre deu nó tático em Tite. Se deu ou não é controverso. Certo é que o Peñarol jogava melhor que o Flamengo e vencia com justiça.

Aguirre também renovava os pulmões de sua equipe e curtia o resultado no Maracanã.

Alguém pode achar que se desenhava novo Maracanazo, exagero dos exageros.

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Apenas vencia quem se apresentava melhor e vencia pela quarta vez, em cinco jogos, com um empate, o time brasileiro pela Libertadores. Escritas inexplicáveis do futebol.

O jogo chegava aos 85 minutos e não havia nem cheiro de empate, que já seria mau resultado para o Flamengo que perdia a invencibilidade em casa na Libertadores, como está invicto o Peñarol na casa dele.

A Nação incentivava e preparava vaia colossal se a situação não mudasse, com 64 mil torcedores.

Os minutos finais foram de pressão, mas com bolas alçadas na área para consagrar a defesa uruguaia.

Até que Bruno Henrique fez bela jogada e Aguerre fez ótima defesa, aos 90.

Seis minutos de acréscimos davam esperança porque é preciso ter fé, é preciso ter raça, sempre!

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E quando a arbitragem venezuelana, perfeita, apitou o fim do jogo os protestos contra Tite tomaram conta do ex-maior estádio do mundo.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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